Monday, November 27, 2006


CÉREBROS EM ESTÁGIO APARENTE

JOSÉ SÓCRATES – O Estado, o Partido, o pensamento político da direita domesticada sou eu. Ah, e visto muito bem!
CAVACO SILVA - O Salomão moderno: a ele cabe decidir a qual das mulheres ele concederá o feto ou o veto.
CARLOS CÉSAR (o vidente da nova ordem política) - Meu povo: depois de mim o PSD! (Ideia repetida como plágio).
ALBERTO JOÃO JARDIM - A sua linguagem é a porta do seu “Dasein”.
MARQUES MENDES (o sempre baixinho) - Estamos aqui (na Madeira) para crescermos.
CARLOS COSTA NEVES (o afónico) – Eu estou aqui! (Já ouvimos! Responderam.)
MARIA JOÃO AVILLEZ – E não há maneira de passarem no meu exame. Que outras conversas terei de inventar mais?
MÁRIO CESARINY – Nada começa do nada. Parece que o afirmou há anos...
PEDRO SANTANA LOPES - Tal qual o Sócrates de Platão “Chez Aspasie” - Os merdia de inveja atolados não me podem ver de sandálias.
BELMIRO DE AZEVEDO (o que fez subir a pulso a sua carteira) - “Custou-me imenso fazer esta gente trabalhar.” (Para mim, só para mim, faltou dizer...)
BENSAÚDE (rei dos ares, dos mares açorianos e agora da mesa) – Que mais nenhuma mercearia fique de pé! (E as galinhas, senhor?)
EDUARDO PRADO COELHO (aquele cujos muitos conhecimentos tomaram a forma de derrame cerebral) - Desliga-me aquele energúmeno! Senão não consigo concentrar-me... (Sempre que surge na pantalha o dr. Jardim ele, o EPC, derrama-se.)
MIGUEL SOUSA TAVARES (o caça porcos anónimos) – O meu “Equador” por uma faca e um alguidar!”
HELENA ROSETA (a sempre só) - Eu pedi votos, não pedi aplauso!
MANUEL ALEGRE (o vento o trouxe, o vento o inchou) -
- O socialismo é um verso.
O voto uma rima.
Sócrates está cá em baixo.
E eu estou lá em cima.
ALMEIDA SANTOS (o fóssil do Parlamento) - O socialismo e a democracia são como o cravo vermelho nas comemorações de Abril: lapela com ele, já!
CARDEAL DOM POLICARPO (o fiel depositário da verdade do Deus Judaico Javé para Portugal) – “A questão do aborto é política!” (Senhor Cardeal, e o tesão, será teológico ou metafísico?)
JOÃO DE MELO – Eu escrevi um roteiro de Lisboa a Madrid. Enjoei no combóio, no combóio me perdID (do Id e do EGO, marimbando-me para o SUPER EGO)
SURREALISMO PORTUGUÊS – Cavaco Presidente, Sócrates Primeiro-Ministro, Maria Cavaco Silva Ministra da Cultura e Marques Mendes líder da oposição.
manuelmelobento
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Sunday, November 26, 2006

O CHARRO DA ACTRIZ

Actriz americana delicia-se ao fumar um “charro” numa das séries mais conhecidas dos últimos tempos: “Sexo e Cidade”. São 22 horas e 34 minutos de domingo do dia 26 de Novembro. Está no ar a Sic Mulher. A cena está tão bem idealizada que até parece um anúncio de publicidade a apelar para o consumo da “erva”. Depois de inalar o fumo do charro a actriz fica imensamente feliz. Segue-se a sua prisão por um polícia americano - que estava logo ali à esquina - e posteriormente a sua libertação. Quem quiser vender drogas leves não precisa pagar publicidade sobre o produto. Ela é feita subliminarmente para os filhos do Zé Povinho e na cara dos moralistas do regime (deste, não confundir com aquele que lhe ofereceu paternidade). Especulemos sobre a matéria. Quem é que paga ao Estado português para fazer publicidade de drogas leves? Não se pode colocar a questão desta maneira porque o Estado alimenta uma série de instituições que combatem a venda e o consumo da droga. No entanto, o Estado cobra direitos aduaneiros e outros que naturalmente irão parar aos cofres da Inspecção Geral dos Espectáculos sobre a fita em questão. Este facto permite afirmar que alguém consente aquilo que o Estado tão dignamente combate. Será que o Estado tem duas caras? Digo isto assim porque não é a Mariquinhas da Casa das Tabuínhas quem arrecada os impostos do sector. Uma das caras certamente faz uma coisa que a outra a moralista não consente. O Estado também combate a violência. Porém, o que não ganha o mesmo Estado com a violência que lhe paga impostos através dos mesmos meios? Eu cá não sei? Talvez a Procuradoria Geral da República no intervalo da sua sesta prolongada tenha paciência para averiguar estas e outras coisas que adiante proporei como raciocínio, à laia de passatempo. Vejamos o que acontece com o tabaco. O tabaco mata! Estes dizeres foram obrigados a ser impressos nas embalagens que contêm os cigarros. Até aqui tudo bem. O Estado porta-se ao nível, como dizíamos no meu tempo. Só que se um produto reconhecidamente mortífero é posto à venda não seria politicamente higiénico proibi-lo de vez? Um momento por favor. É que tenho de acender o meu charuto. Pronto, já está! Continuando: quem vende veneno que mata milhões de cidadão não merece ir preso? Eu penso que sim! Vou até mais longe. Devem ser presos todos aqueles que fumam, pois estão também eles a matar a malta que os rodeia e que inspira o fumo do tabaco. Calma. Mas antes devem ser presos todos os que manufacturam e vendem o veneno oficialmente reconhecido. Ao investigar quem são os criminosos que vendem produtos que matam deparei-me com grandes empresas dirigidas por gente de bem: os chamados administradores. Perseguindo e investigando mais um pouco deparo com – ai querida Nossa Senhora – com o Estado como dono de parte das fábricas que produzem o veneno. Mais: o próprio Estado nomeia administradores para melhor (?) gerirem (procurar mais lucro) as mesmas empresas que se dedicam a actos criminosos. Actos esses previstos na legislação em vigor. Tal como a matilha da banca e dos seguros (estou a repetir através de sinónimos o que ouvi no programa do “velho” borracho Fátima Campos Ferreira que dá pelo nome de “Prós e Contras”) faz nos contratos que obriga a malta a subscrever quando com eles assume compromissos, o Estado, também, em letras inacessíveis ao olho humano (meio milímetro) pespega o “República Portuguesa” no invólucro do tabaco que MATA. MATA está em letras garrafais... Como o Estado é uma pessoa de bem, vamos ter de procurar os verdadeiros homicidas (pois matam). Denunciá-los ao novo Procurador Geral da República é um dever cívico! Um momento só que tenho de acender outro charuto. Jantei bem e já lá vão dois. Não compete ao Estado fazer esta triste figura. Falar de bebidas alcoólicas ainda é pior. Fica para outra ocasião.
Nota final:
Que eu saiba e os médicos que receitam canabis também, esta erva é aplicada a certos doentes para lhes minorar o seu sofrimento. Melhor dizendo, serve para os fazer sentir melhor no seu estado de saúde. E agora pergunto eu – que já estou a partir o coco a rir – o que é que devem mandar pôr nos invólucros da canabis os médicos que a receitam aos seus doentes? Canabis mata ou canabis cura?
manuelmbento
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Friday, November 24, 2006


Caro José Sousa

Não sou de poesias. Mas nesta hora da tua falta achei que era a melhor maneira de te recordar e de te agradecer a bondade da visita que me fizeste, há já uns bons quatro anos, na minha toca de retiro, onde nos divertimos à boa maneira das letras.
Aqui vai em tua memória

Vim de longe,
uma casa me esperava.
Tinha tudo. Portas e janelas abertas.
Entrei nela julgando estar saindo.
Sentei-me numa cadeira.
Não havia cadeira. Imaginei-a.
Onde estava frio, dei lume às achas.
Aqueci-me inventando uma lareira...
Lá fora o vento ria de mim. Entrando, sem ser convidado,
trazia-me um recado.
Não quero ouvir novidades. Elas dividem o pensamento. Disse-lhe.
Voltei! É aqui que quero ficar unido e muito perto de mim.
Percorri meio mundo por uma casa. Por uma casa me perdi para me encontrar.
Que me deixes só e sem saberes que de dores sou eu ilustrado. Vai-te vento de tempo feito. Mas deixa o tempo que em tempo fico... em tempo me entendo.
manuelmelobento
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Sunday, November 19, 2006


CARLOS CÉSAR: CUIDADO, DEPOIS DE MIM O PSD/A

Os Açores estão descontroladamente controlados. Vivemos um tempo em que as ideologias estão para os políticos como as pombas para a paz. A pomba representa a paz. Tudo bem! Pergunta-se: quando a pomba é comida num guizado à grega para onde vai a paz? Que sabor terão as ideologias que nos orientaram nestes últimos anos depois de servirem os interesses das classes que agora se banqueteiam com elas? Será que a esquerda de hoje tem ideologia? E a direita? Passemos ao passo seguinte, porque este tema já está muito estafado e toda a gente sabe ou sente que era uma vez a paz, era uma vez a ideologia e era uma vez os velhos deuses que desceram à terra em forma humana. Estes três entes (chamemo-lhes assim para maior facilidade no entendimento) requerem um novo tratamento. A paz passa a um negócio de morte produtor de grandes rendimentos. A ideologia passou a cartilha oficial do comércio em geral. Os deuses, que todos os anos inventam tácticas novas, apresentam os mesmos intérpretes com novas linguagens. É certo que as democracias isolam dos dinheiros do Estado as diversas Igrejas, colocando-as numa situação económica e financeira à beira do desastre. Daí que aqueles que se apresentam como candidatos para governar imbuídos de ideias religiosas têm muito mais apoio que outros que entendem o afastamento daquelas dos actos oficiais. Podem os sacerdotes, pastores e outros que tais pregarem contra os novos costumes impostos pelo desenvolvimento e crescimento económico que de nada serve. As velhas regras morais passaram para as prateleiras dos costumes para servirem de tese aos futuros doutorandos. A justiça social nada mais é do que a apresentação do orçamento. Pelo orçamento se infere a prova de que as ideologias se esgotaram. Que estão a ser substituídas pelo poder de compra que os grandes grupos “oferecem” aos novos escravos sociais tendo simplesmente na mira o aumento do seu capital. O capital para crescer não tem como objectivo o bem estar de quem nada tem. Hoje, pelo modelo que nos querem impingir já ninguém acredita na moral do capital. Hoje, a reboque do que a Espanha está a tentar fazer no que diz respeito às lavagens do mesmo (a Espanha é obrigada a actuar assim porque é um país que está em guerra com parte do seu próprio território que até fala uma língua que nada tem a ver com a indo-europeia, por exemplo) o Governo português viu-se obrigado a copiar uma acção de contenção e controlo de viagens de capitais por diversos “portos” do crime. A diferença reside na vigilância de desvio de fundos para organizações que poderão colocar em perigo o Estado espanhol. A rede estendeu-se até Portugal, e claro está, seria escandaloso não fingir que se actua contra tal espécie de “banca”. O pior é que entre nós a banca é quase tudo. Não se pode fazer investigação a sério porque é lá que moram os maiorais. Investigar a banca não é o mesmo que fazê-lo aos infelizes que foram apanhados na malha da pederastia, e que oferecem um espectáculo circense, por exemplo, para entreterem a paspalhada até às urnas. É preciso despachar a investigação dos crimes de colarinho fiduciário não vá a coisa dar para o torto. Com uma banca virada do avesso, Portugal afunilava. Sócrates já treme só de adivinhar no que iria dar. Parece que tudo vai ser abafado ou investigado à portuguesa num abrir e fechar de olhos. Aquela gente não brinca em serviço e está muito longe de serem vítimas do estilo de Carlos Cruz ou Vale de Azevedo que até parecem estar sujeitos a prisão perpétua. Perdi-me! A banca nos Açores é quase santa. E ainda bem para descanso das nossas beatas crentes na Paz Açoriana, na nossa ideologia e nos nossos pacíficos deuses que cheios de moral renovada se preparam para mais uma época de grandes sacrifícios em prol de um Céu que sempre esteve ao nosso alcance. A Igreja maioritária nos Açores está descapitalizada. Veio a público através de tudo que é “media” pedir auxílio para não entrar em bancarrota. Atirou o pedido ao ar. César a dois anos de eleições voltou-lhe as costas e o dinheiro já não estica como antigamente. Os crentes com pouco podem contribuir nesta aflição esmoler católica uma vez que estão, também eles, à rasca de massas. A banca os salvará? Eu creio bem que sim. Mas depois de bem lavada e oficialmente absolvida. Depois de mim o PSD? Se não entra com a massa é muito provável que assim seja. É que a Igreja cá por estas bandas nunca deixou de ser uma força política. Melhor dizendo, uma empresa de prestação de serviços de apoio que cobra bem. Diria mesmo, muito bem. Uma guerra com a Igreja só pode trazer prejuízos políticos. É preciso não esquecer que o PSD/A já foi bandeira da Igreja no tempo em que os socialistas não acreditavam no Senhor Santo Cristo. Amen!
manuelmelobento
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Wednesday, November 08, 2006


Minhas senhoras e meus senhores:

Ana Maria
Netto de Viveiros – digo eu!

“Minhas senhoras e meus senhores

Há quem escreva com palavras... e com palavras se pode pintar... e há quem pinte uma escrita em tintas estendida...”

Assim começou Ana Maria Netto de Viveiros a sua dissertação/interpretação/apresentação acerca do livro de poesia e da exposição de pintura de Victor de Lima Meirelles, no passado dia 3 de Novembro.
“Ó habitante de “Falera, Apolodoro” relata-me o que se passou entre Agatão e Sócrates ... Assim começa um dos muitos diálogos platónicos. Sempre que um acontecimento me chega em forma de comunicação por outrem, não tendo estado presente, lembro-me sempre desta clássica “entrada”. Arrependi-me de não ter ido! Mas comigo é assim. Complexos? Preconceitos? Intolerância? O que se quiser... Como, às vezes, não me falta descaramento, solicitei a Ana Maria que me fizesse o favor de “repetir” a apresentação. Acedeu. Eu sei que ela nunca se nega a participar em actos culturais. Está sempre presente. Por isso abusei. Apresentei-me na Senhora da Rosa e fiz de assistência (única). Uma tarde preenchida com literatura à mistura com uma lição igual às tantas que assisti nos diversos estabelecimentos de ensino onde leccionou e orientou gerações de professores. Para mim foi um luxo. Egoísta? Pois sim! O que se passou no Centro Cultural de Ponta Delgada foi revisionado. São privilégios! O texto de apresentação do livro foi seguido por imagens das pinturas que surgiam no seu computador. Ana Maria já nos habituou a trabalhos de análise. Recordo-a como especialista num trabalho de análise literária e narratológia que fez há uns bons dez anos, sobre um livro do Prof. Almeida Pavão. A par deste trabalho, injustamente esquecido, existem outros de merecimento publicamente reconhecido. Ana Maria “leu” um Meirelles meu desconhecido. Eu que julgava “tê-lo” lido. “Solidão! Noite! Silêncio! Morte!” “Um poeta que responde sem responder...” O texto é “enorme”! O texto sobre o texto fez-me ler de novo “Amargo Lírico”. Assim aconteceu com outros escritores que ela “descobriu”, para meu deleite de re-leitura. O texto que Ana Maria Netto de Viveiros escreveu torna-a responsável, muito responsável. Ao ponto de lhe pedir - através desta minha deslavada crónica – que o publique ilustrado com os slides da pintura de Meirelles com que presenteou aqueles que estiveram no Centro Cultural de Ponta Delgada e que presenciaram um momento alto de análise literária, que assisti em diferido real na Senhora da Rosa.
O meu agradecimento público e pessoal à sua enorme vontade de estar na cultura e ao serviço do outro sem ter em mente qualquer recompensa.
manuelmelobento
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Thursday, November 02, 2006


O QUE É DA MADEIRA A JARDIM

Quando o judeu Jesus, criador da seita judaica que dá pelo nome de cristianismo, respondeu a um outro judeu, neste caso velhaco (uma espécie de jornalista português avençado da altura), que a parte que cabia a César – senhor de Roma e colonialista por opção de vida – a ele pertencia e que a parte de Deus (Cristo referia-se àquele de quem se dizia Alter Ego) a Deus pertencia estava certamente à rasca não fosse a sua resposta enviar-lhe para a prisão e morte. “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Esta frase acompanha-nos há séculos e sempre mal interpretada. Cristo politizou a questão e safou-se por uns tempos até que judeus e colonialistas em conluio o mataram. A jornalista de serviço à estação oficial do Estado português, Judite de Sousa, entrevistou Alberto João Jardim, Presidente eleito da ainda Região Autónoma da Madeira – diga-se ainda porque estamos vivos e sabemos os tratos que a Constituição sofreu desde 1820 e que resultou na alteração de algumas designações de parte do país). Alberto João Jardim como membro de um governo de uma região portuguesa merece da estação televisiva do Estado o respeito que os demais membros do Governo Central também usufruem no cumprimento das suas altas funções. Não foi o que aconteceu. A jornalista não só o desrespeitou como parecia um veículo do Partido Socialista tentando envenenar a opinião pública contra um membro do Estado. Saíu-se mal porque Jardim – sempre boicotado na amostragem das contas (o que pelo menos servia para posteriormente ser desmascarado se fosse caso disso) – utilizou uma táctica utilizada pelos nacionalistas africanos. Nada contra o povo português! O inimigo era o regime colonialista de Salazar- Caetano. Jardim ama o povo português. Logo, o seu combate – neste caso político – é contra o regime socialista cujo chefe actua tal qual o do antigo regime de Saddam Hussein (acrescento eu o de Salazar e Caetano) que para além de ser chefe de governo era chefe do partido que o suportava – sem oposição interna. Sócrates é isso mesmo! Ninguém pode negar esta evidência! Quem pode, no seu juízo perfeito, dizer que o combate de Jardim é contra Portugal. O Partido Socialista não é Portugal! Judite de Sousa na ânsia de servir e é pena, pergunta infantilmente ao dr. Alberto João quais as razões de ele não permitir que se faça uma auditoria do Banco de Portugal às contas da Madeira. Jardim só permitirá que isso aconteça se a “empresa” for “de fora”. Jardim não confia no Banco de Portugal. E com razão. A questão ultrapassa a pergunta e a resposta. Permitir pôr o Tribunal de Contas, que exerce funções na RAM, sob suspeita era abrir a porta a uma possível ruptura de incomensuráveis consequências. Oh Diabo, os Tribunais são instituições que pertencem a um órgão de soberania nacional! Ou a Judite não estava preparada ou a encomenda é um produto perecível. Está-se mesmo a ver o desenho. Um órgão de soberania a ser julgado pelo próprio. A partir de certa altura da entrevista Jardim é acusado de ter governado tão bem a Madeira tanto que a colocou nos lugares cimeiros do desenvolvimento. Então a Madeira não pode empobrecer como Portugal “Além Lisboa”, provinciano e despovoado? Jardim defende-se. A Madeira é Portugal? Se é Portugal para quê acusar Portugal de se ter desenvolvido? Para quê acusar uma parte do país de ter fugido ao Portugal lastimoso de sempre. Trinta anos de democracia serviu quem? Dá para perguntar. Jardim, depois de ter governado a Madeira a contento dos madeirenses é levado a julgamento público através de um jornalismo que depende do Estado para viver. Lutar pelo desenvolvimento das regiões é ser-se separatista? Diz Jardim que quem quer separar a Madeira do resto do país está no Continente. Certamente que está! A Madeira desenvolveu-se? Então que nos separemos dela! Desenvolvida é um mau exemplo para o Portugal pobrezinho cheirando ao pavio do 13 de Maio. Lembro-me de quando a América me era querida... Na Base Aérea 4, da Ilha Terceira, a administração americana quis pagar salários aos portugueses que lá prestavam serviço ao nível do ordenado mínimo tal qual ao aplicado nos USA. Qual quê! Salazar proibiu determinantemente. Todos tinham de ser igualmente pobrezinhos. Era o princípio da materialização da solidariedade nacional. Todos pobrezinhos! Todos contentes ou para o futebol ou para Fátima, já! Salazar era mais velhaco do que isso, meus senhores! O que ele não queria era que os trabalhadores portugueses reivindicassem mais salários à semelhança do ilhéus e criassem alguma desestabilização. É o que Sócrates quer?Parece que sim. Ou então, como a Madeira fica longe, talvez sirva como manobra de diversão para uma política que está a pôr os cabelos em pé à maioria da população, já que não vejo que mais poderão estes tristes portugueses erguer...
PS: Dois aspectos negativos da parte do dr. Alberto João. O ataque a Carlos César. Era escusado, pois, tal como ele, César foi eleito pela maioria do eleitorado para defender os interesses das populações açorianas. Quanto ao “exílio político” a conceder a Judite de Sousa, não deixa no ar boas interpretações. Se foi à Alberto João, então, está bem. O Carnaval está aqui está à porta. “A Madeira recebe todos os exilados portugueses fugidos ao regime socrático!” Podia ser o futuro chamariz publicitário...
manuelmbento
jornalista
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