Friday, November 24, 2006


Caro José Sousa

Não sou de poesias. Mas nesta hora da tua falta achei que era a melhor maneira de te recordar e de te agradecer a bondade da visita que me fizeste, há já uns bons quatro anos, na minha toca de retiro, onde nos divertimos à boa maneira das letras.
Aqui vai em tua memória

Vim de longe,
uma casa me esperava.
Tinha tudo. Portas e janelas abertas.
Entrei nela julgando estar saindo.
Sentei-me numa cadeira.
Não havia cadeira. Imaginei-a.
Onde estava frio, dei lume às achas.
Aqueci-me inventando uma lareira...
Lá fora o vento ria de mim. Entrando, sem ser convidado,
trazia-me um recado.
Não quero ouvir novidades. Elas dividem o pensamento. Disse-lhe.
Voltei! É aqui que quero ficar unido e muito perto de mim.
Percorri meio mundo por uma casa. Por uma casa me perdi para me encontrar.
Que me deixes só e sem saberes que de dores sou eu ilustrado. Vai-te vento de tempo feito. Mas deixa o tempo que em tempo fico... em tempo me entendo.
manuelmelobento
 Posted by Picasa

2 Comments:

At 2:22 PM, Blogger João Pacheco de Melo said...

Este "puto" era um Senhor!

 
At 4:18 PM, Blogger Mariana Matos said...

É verdade, sim senhor. O Sousa era um Homem a valer!

 

Post a Comment

<< Home