Tuesday, October 31, 2006


VICTOR DE LIMA MEIRELLES

UM POETA DE SEMPRE

Ponta Delgada nas décadas de cinquenta e sessenta era uma cidade sem vida. As almas sensíveis pernoitavam neste imenso lodaçal de humidade e de cinzento, sofrendo. Era a altura em que os “cérebros intelectuais” da nossa paróquia andavam cantando e palmeando as cantiguinhas dos Cursos de Cristandade, fruto de reflexão de obediência que a sociedade politicamente escravizada unicamente permitia. Era o exclusivo de quem suponha estar a dirigir o nosso destino. Esta era uma terra de reis da laranja. Nada davam. Tudo tiravam. Comecei a ler o Victor nessa altura. A ânsia daqui fugir deste imenso e capador pasmo não tinha correspondência física. Sofria-se a cota que nos era atribuída. Alegrarmo-nos era como se tivéssemos de colocar uma máscara que não nos pertencia. A poesia do Meirelles em vez de me alegrar doía-me. Era como se estivesse a ler bem fundo o que julgava ter sem poder possuir. Só a fuga era terapia. Meirelles viajou. Fez poesia. Voltou com ela ainda mais livre mais sonhadora. Terrivelmente aleatória mas terapeûtica. Teria forçosamente de “acabar” fazendo pintura. Por vezes, voa nela como se o pincel fosse uma pena. Alguma dela irrita-me solenemente porque ele, na sua “intolerável” criatividade, só se respeita a si. Tão depressa brinca com os sentimentos dos outros como os põe deliberadamente a pensar que a vida pode ser “fotografada” para sempre. Uma vida cheia de criatividade que um dia tornou os muitos cinzentos que nos rodeiam talvez apetecíveis. Talvez...
Meirelles vai expor pinturas e lançar "AMARGO LÍRICO", no dia 3 de Novembro. Irei “vê-lo”! Mas só quando o cinzento do passado rechear a sala de exposição. Lá estarei sozinho. Como de costume, mas sempre à espera dos “milagres” de cada um.
manuelmelobento
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Friday, October 27, 2006

"INDEPENDÊNCIA"

Limito-me a especular sobre as actuais tendências da política portuguesa originadas pelo consulado do eng. Sócrates. Antes de me pôr a inventar/comentar – tenho esta liberdade - permito-me fazer duas afirmações, sem as quais este texto valeria nada - Isto, tendo em conta que este vício de escrever, só se justifica para me sentir vivo, já que me foi impedido participar seja no que for. E ainda bem, porque não fico com insónias. Bem, vamos às duas afirmações. Ninguém duvide de que o eng. Sócrates é o político mais perigoso que jamais se sentou na cadeira de Salazar após o “25 de Abril”. Perigoso porque é muitíssimo inteligente (tão inteligente quanto Maria João Avillez, o “diabólico” Prof. Marcelo RS, o “horrível” Vital Moreira, o dialogante Pacheco Pereira, etc. ). A segunda afirmação tem a ver com a “Intelligentzia Portuguesa”. Uma organização que desde os primórdios da nacionalidade tem orientado o Portugal que conhecemos. É devido a esta organização que todos os Estados são! Sem ela não há Estado! Não estou a dizer nada que os verdadeiros políticos não saibam. Portanto, não estou, para já, a inventar. A “Intelligentzia”, por vezes, está assente (colabora) na Presidência da República. Quando esta coloca em perigo o Estado, por devaneios ideológicos, aquela desliga-se e coloca-a isolada. Colabora com o Primeiro-Ministro ou este com ela quando a empatia entre ambos está em uníssono. No tempo de Salazar, este conseguiu identificar-se com ela, de tal modo que a Segurança do Estado Português nunca esteve em causa. Refiro ao “ex-Portugal conceptual”, isto é, alargado mar fora. A “Intelligentzia” também esteve presente com Pombal, embora de uma forma mais feroz; Dom João II e por aí adiante. Quando as forças antagónicas são de tal ordem indomáveis, eis que tem lugar uma série de roturas. Dom Pedro IV interpretou muito bem a rotura do tempo (ele e a “Intelligentzia”, claro!). Quando esta e a política do Estado se tornam incapazes de suster a estrutura deste (por motivos externos – a economia, por exemplo), nada mais simples: a nacionalidade “encolhe-se” geograficamente. Outras forças também se identificam com a ordem da “Intelligentzia”. As Forças Armadas, as Forças Policiais Especiais, etc. Muitas vezes aquela encontra-se desligada de tudo inclusive dos Órgãos de Soberania. O país, neste caso, quase que resvala perigosamente para a indefinição. Portugal passou, ultimamente, por vários destes períodos. As posições extremadas de ideologias a que o país não estava habituado contribuíram também para criarem uma perigosa desestabilização. A Madeira, que durante vários anos pressionou o Estado Português com vista ao seu desenvolvimento regional, aproveitou estas características de desestabilização e quase indefinição para impor àquele o ressarcir de quinhentos anos de esquecimento, para não dar outro nome ao colonialismo generalizado que definiu a mentalidade portuguesa durante longos períodos. A Madeira, aproveitando as trepidações do processo de democratização à portuguesa, por pouco não criou a sua própria “Intelligentzia”. Valeu a Portugal a unidade entre Sócrates e a “Intelligentzia” caseira e a necessidade que a população tinha de travar “o descalabro económico” que vinha a dar sinais de evidência a todos os níveis. Mesmo até abstractamente. A população apercebeu-se intuitivamente de que estava na altura de (alguém) actuar. Sócrates é o seu materializador. Teve a competência de falar unificando o Estado com um discurso que se consubstancia com o rigor e o apertar do cinto. Berram os sindicatos de todas as áreas e tendências. Ameaçam com greves e mais greves. Quantas mais fazem mais fracos ficam. Coisa rara! É à portuguesa... A segurança foi-se! Criou-se um clima de insegurança que leva até os que estão bem na vida a ficarem afectados. Daí que apoiam as medidas restritivas. Bem, generalizou-se a fragilidade psicológica. A pior de todas! As Regiões Autónomas começaram a olhar-se como arquipélagos, quais pássaros de boca aberta para paparem o que os papás lhes conseguem meter goelas abaixo. Da Madeira, Jardim perdeu a “credibilidade” separatista. É que, agora, põe-se o problema: voltar para onde se tudo se está a esboroar por esse mundo fora? Com Portugal existe o rigor mas a tal “segurança psicológica” vem é de lá. E esta? As populações pressentiram o perigo e o fantasma do antigamente que sugerem necessidades e emigração... Tudo está em causa. Valha-nos a segurança. E aventureirismos - mesmo de linguagem – caem muito mal. A volta que isto vai dar é muito simples: os que se encheram com o pataco (políticos e seus parceiros), o bom vencimento e a boa reforma são a partir de agora e nestes tempos mais próximos a nova burguesia em ascensão. Quem quiser, a partir de agora, que se atire de cabeça ou para o empresariado lutador ou para se tornarem nos novos servos pagos à esquina, isto é, o assalariado à imagem dos mexicanos na América. Usados e postos na fronteira (murada) até que se lhes solicitem novos esforços. (Este texto está bem comprido. Também não interessa, pois não vão ter paciência para o ler.) Foi, pois, com a percepção deste estado de espírito que Sócrates resolveu actuar. Quanto mais porrada, mais sobe nas sondagens. É de loucos? Não, é de “Intelligentzia” meus senhores/as. A independência, o que é isso? Cantemos no Chão da Lagoa outra letra. E se não estou em erro, dentro em breve, outros actores vão representar outros autores. As mesmas vozes – que já estão treinadas – vão dar à mesma paisagem outro colorido. O discurso de Sócrates suprimiu e meteu no bolso tudo e todos. Os seus ministros têm feito um papel tão “substancialmente ridículo” que comparado com os feitos do Grupo Santana, este pode considerar-se “o verdadeiro democrata”. Mas isso, agora, pouco importa. A “Intelligentzia” voltou a tomar conta da Nação. Digam que não ?... Dizei comigo, por favor: Sócrates tem tudo na mão porque foi o mais inteligente. E onde fica o Presidente Cavaco? Pertence à “Intelligentzia”. Cantemos hossanas, que a Igreja portuguesa, também, não está de fora. Melhor dizendo, nunca saiu de dentro. Haja Nação!
PS: esqueci os Açores? Nunca! Então, não continuamos ilhas... de bruma, está claro!
manuelmbento
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Saturday, October 21, 2006


CARLOS COSTA NEVES

Visto por mim dois pontos

alínea a e b

alínea a abre parentesis não me lembro de qual dos convidados de Osvaldo Cabral para comentar a sondagem de apoio a Carlos César disse que a Drª Berta Cabral tinha afirmado que não estava interessada em liderar o PSD/A e logo por via disso disputar as próximas travessão longínquas eleições legislativas regionais ponto Disse também o mesmo e acutilante convidado que ninguém estaria à altura de poder duvidar da palavra dela fecha parentesis ponto Como a Drª Berta Cabral não desmentiu publicamente o comentador vírgula nada mais simples do que isso é pensar-se que o Dr Carlos Costa Neves é a partir de agora o consagrado e ratificado líder social-democrata ponto Ora bem vírgula estas últimas sondagens valem tanto quanto chichi de bebé alimentado a subsídio a fundo perdido vírgula estou a referir-me a bezerro ponto O tabuleiro tombou e lá se foram os reis vírgula as rainhas e os peões ponto Costa Neves foi o único a beneficiar desta sondagem pois foi catapultado para figura de primeiro plano na oposição a César. (Acabaram as extensões) Ora é preciso voltar atrás e fazer-se uma nova sondagem. Esta seria muito mais real, precisa e rigorosa do que a última. Esta não passa de uma farsa mercê das novas circunstâncias. Diga-se que ninguém é culpado nem o “azorpress” que também gastou alguns euros para fazer uma jogada de antecipação e levar a público uma sondagem idiota. Vamos voltar um pouco atrás para ver se consigo dar substância ao meu raciocínio. Lembram-se de quando o país era governado pelo apadrecado Guterres que andava sempre com o padre Mílicia à ilharga? Ele era o incontestado líder socialista. De repente, o líder socialista começou a sofrer de uma doença que se caracteriza por ser o oposto à de Salazar. Este (apadrecado também) agarrara-se ao poder. Refugiou-se Guterres nas fraldas da ONU e por lá anda a distribuir rebuçados aos que escaparam dos últimos genocídios muito bem transmitidos pela CNN. Depois desta fuga (São José padrasto do Menino Jesus também fugiu para lugar seguro) o Partido Socialista ficou órfão. Não foi preciso passar muito tempo para encontrar um chefe à altura. Ferro Rodrigues um experimentado político da área da esquerda na rosa teve o azar de se ver falsamente envolvido no pão da comunicação portuguesa: Casa Pia, uma espécie de fábrica de pastéis de Belém muito apreciados. Lá se foi Ferro Rodrigues, desta vez para parte incerta. Outra vez decapitados os socialistas de combinação com o Medalheiro (Jorge Sampaio o (con)decorador) provocam novas eleições eticamente reprováveis e preparam-se para arranjar um qualquer Viriato para os levar à vitória. Começaram por convidar o baixinho-sempre-contente que dá pelo nome de António Vitorino para os chefiar. Este recusa, porque sabe que a comunicação portuguesa gosta muito de sangue e o monte no Alentejo ainda lá está apesar de muito lavado. Era só uma questão de o ter à mão... Eis que dos resíduos ressuscitou Sócrates o Novo muito lavado e muito bonito. Tinha acabado de brigar com uma moça bonitita (esqueci-me do seu nome – Elisa Damião?) ligada ao Ambiente. Com este currículo Sócrates o Novo consegue levar o PS à vitória. Não sem antes ter tido de lutar contra uma aleivosa campanha levada a cabo pelos admiradores de Santana Lopes o viril macho português, culto e bem falante. Vejamos, então, o que esta resenha libidinosa tem a ver com Carlos Costa Neves. É que os problemas da liderança são passageiros. Um dia Sócrates o Novo não vale uma serrilha no outro é o líder incontestado. Carlos Costa Neves é um político com um percurso invejável. Foi director regional, secretário regional, ministro e deputado europeu. Diga-se o que se disser está limpo. O que nos dias de hoje é muuuuuito difícil encontrar. O que é difícil de aturar é a sua incapacidade para se impor como líder social-democrata. Logo a seguir a esta sondagem que apesar de tudo só lhe trouxe benefícios a sua actuação é quase nula. Basta somar as intenções e as inclinações dos bertistas com os nevinhos para percebermos que Costa Neves saiu reforçado pois a soma dos dois é ele que a mete ao bolso. Dizia eu que logo após a difusão dos resultados da sondagem ele devia ter investido em tudo quanto é “comunicação social disponível”. Devia começar por entrar a pé na zona de Ponta Delgada onde estão os que falam uma línguagem política mais descontraída, menos invejosa e menos intelectual. Costa Neves vai ter de lutar no terreno para se impor já que a comunicação social açoriana faz dele o omisso eleito das suas páginas de abertura. A RTP/Açores não tem dado o devido realce à sua figura. Sabendo-se que ele é o líder do maior partido da oposição está mal, muito mal. Nesta democracia à açoriana a censura toma o nome de omissão. Existem peritos tão exímios em trabalhá-la que até parece que se treinaram nas Filipinas de Ferdinando Marcos. A participação de Costa Neves na coluna semanal do Açoriano Oriental é de uma pobreza jacobina. O que ele precisa é pôr cá fora ideologia. Precisa, também, posicionar-se perante temas actuais como o aborto, a discriminação sexual e tudo quanto é tabu e que os socialistas se apropriaram indevidamente. Posicionar-se inteligentemente. Começa a desenhar-se uma maior aceitação das pessoas a Costa Neves. Apesar de ter passado pouco tempo já existe uma nova maneira de o encarar. Pelo menos ouvi-o nesta parte da cidade onde habito. Se César deixar a cadeira do poder teríamos pela frente dois terceirenses a disputar a chefia do arquipélago. Qual deles é mais micaelense? (A maioria do eleitorado vive aqui) Sérgio Ávila é um governante do tipo palaciano. Ninguém o vê. Costa Neves vai no mesmo caminho. Numa terra tão pequena ninguém contacta ninguém. Parece que aqueles que elegemos têm vergonha ou medo de tocar na gente. Ora vejam o Príncipe Carlos que apesar do que dizem dele toda a malta quer tocá-lo. E os palermas dos ingleses até que são frios. Mota Amaral, chefe incontestado dos Açores durante vinte anos, passeava-se pelos lugares públicos onde para além dos contactos físicos sempre tinha alguma coisa para dizer. A política nos Açores parece um barco inclinado sempre do mesmo lado e que nem mesmo a maresia consegue voltá-lo. São sinas! Venha tomar um café com a malta que diz palavrões e não se esqueça que estes também votam.

Alínea b): apesar do sempre-baixinho Marques Mendes ter tido no início do seu mandato muito pouca visibilidade e pouca aceitação, o mesmo já não se pode dizer nos dias de hoje. O sempre-baixinho credibilizou-se e muito bem. Não era ele uma figura de segundo plano? Não estava ele (no seu partido) atrás de Durão Barroso (o sabujo dos americanos), de Rebelo de Sousa (o que leu mais livros no mundo) e de Santana Lopes (o das fêmeas)? Claro! E agora? Agora, depois de ter lutado e com garra é ele o chefe incontestado dos laranjas. Costa Neves tem de fazer o mesmo: lutar com afinco. Ele até nem precisa de se pôr de pé. Já tem altura que chegue. E, para bem de uma democracia alternativa, haja movimento.
manuelmbento
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Thursday, October 19, 2006


No próximo sábado:

Carlos Costa Neves

como foi catapultado para os lugares cimeiros da cena política açoriana após a sondagem encomendada pela RTP/César.
por
manuelmbento
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Wednesday, October 18, 2006

E lá de vez em quando temos alguma vida política...

" Nos Açores, ninguém é responsável pelas opções políticas... Se Mota Amaral tivesse sido substituído por Vitor Cruz, em vez de Madruga da Costa, César nunca teria sido Presidente do Governo dos Açores."
(Reproduzido por memória)

NUNO BARATA na RTP/A
18.10.2006

Nota:
É uma voz necessária neste universo de bem postos com a "democracia açoriana". Sem ele, para quê ligar à RTP/A. Os nossos "comentadores" parecem uns zombies que até falam. E falam para nos fazer ressonar.
mmb

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Saturday, October 14, 2006


SONDAGENS

O “azorpress” encomendou uma sondagem a “EIDÊS & Cª.” com o objectivo de dar a conhecer as tendências actuais do eleitorado açoriano.
As questões levantadas foram as seguintes:
a) – Quem gostaria de ver na Presidência do Governo Regional em 2008:
Berta Cabral, Costa Neves, Sérgio Ávila ou Vasco Cordeiro?
Berta Cabral – 52%
Sérgio Ávila – 34%
Vasco Cordeiro – 7%
Costa Neves – 7%
b) – Deve Carlos César abandonar o Governo em 2008?
Sim: 26%
Não: 74%
– Quem gostaria de ver a disputar as próximas eleições contra a possível recandidatura de Carlos César: Berta Cabral ou Costa Neves?
Berta Cabral: 81%
Costa Neves: 19%
d) – Entre Berta Cabral e Carlos César em quem votaria nas próximas eleições ?
São Miguel: Berta Cabral: 38%
Carlos César: 61%
Indecisos: 1%
Terceira: Berta Cabral: 36%
Carlos César: 42%
Indecisos/Não sabem/Não respondem: 22%
Restantes ilhas: Carlos César: 63%
Berta Cabral: 31%
Não respondem: 4%
Indecisos: 2%
e) – Entre Carlos César e Costa Neves em quem votaria nas próximas eleições:
Carlos César: 68%
Costa Neves: 27%
Não respondem: 5%

ANÁLISE POSSÍVEL:

Os políticos dizem sempre que as sondagens valem o que valem. Esta não foge à regra. Os números quase se aproximam daqueles que durante vinte anos resultaram da actuação da gerência de Mota Amaral. Parece que se inverteram os papéis. Os resultados desta sondagem permitem concluir que César tem equilibrado a governação de acordo com a maioria do eleitorado. Beneficia da conjuntura actual que penaliza o país por via de uma política de contenção de despesas e de desrespeito pelos direitos adquiridos pelos trabalhadores, mas que isola os Açores desta maleita, pelo menos até às próximas eleições. Esta táctica de compadrio socialista tinha de apresentar resultados. Neste caso, bastante positivos. Por outro lado, a realização de obras de vulto realizadas e a serem realizadas dão ao Presidente Carlos César uma posição muito confortável. A propaganda oficial tem ajudado e muito a dar a conhecer um Governo Regional muito coeso e “muito trabalhador”. Está entre aspas porque entre a realidade e a aparência vai uma certa distância. Não nega, porém, o esforço de alguns membros do governo que está bem patente nas suas actuações. O eleitorado não dorme. Por último, o facto de César querer organizar as Forças de Segurança a um modelo ideossincrático açoriano pesa bastante. Deixou passar muito tempo até que surgiu como salvador dos muitos queixosos que já desesperavam. É a Paz Açoriana que aí vem pela sua mão. Mesmo podre, quem é que a não quer? Por cá, as perturbações foram adiadas...
manuelmelobento
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Tuesday, October 10, 2006

INFORMAÇÃO

A minha colaboração neste blogue passa a partir de hoje a ter uma regularidade semanal e aos sábados.
manuelmelobento
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Thursday, October 05, 2006


SENSAÇÕES E APARÊNCIAS

Discurso e pensamento político estão cada vez mais num só. Claro que discurso sem pensamento não é coisa que se “pense”. O discurso político está entregue aos políticos e estes, o que não é de admirar, pensam. Um sistema democrático obriga todos a pensarem. Em Portugal e Regiões esperava-se que os indivíduos formados pela linha ideológica inserta na Lei de Bases do Sistema Educativo recolhessem os seus frutos. Para espanto dos mais interessados isso não aconteceu. As escolas, digo, os professores não estiveram à altura de “renovarem” os seus comportamentos. Mantiveram como meta a atingir o cumprimento dos programas e pronto, ficaram-se por aí. Não leram as “instruções” da lei. Não era nada com eles. Por outro lado, ninguém os obrigou a aplicar o que estava expresso no articulado. Daí que sem terem objectivado uma rementalidade nos seus pacientes, estes saíam, em relação à questão, como entraram nas escolas. Vazios, ocos, sem consciência social, política, etc. Ei-los prontos para a vida como o virgem imberbe numa noite de núpcias. A grande escola para formar consciências foram os partidos políticos e as suas supostas ideologias. As grandes famílias políticas arrebanhavam as crianças/adolescentes com promessas futuras de êxitos no emprego. Este não passava de lugares públicos, tais como cadeiras nas autarquias até quadros superiores no Estado, uma vez ganhas as batalhas eleitorais. Uma espécie de escola de formação de jogadores: as juventudes dos partidos políticos, melhor dizendo. Fora deste cenário era tudo transformado num deserto de entendimento, pensamento e discurso. A intervenção política dos cidadãos ficava no caixote de lixo da história política. O tempo da ditadura era mais ou menos assim. Diferia só na proibição do acto. Somos livres de pensar politicamente, mas qual quê? O que é que isso significa se deixámos aos políticos gerir aquilo que se conquistou com a queda da prepotência? Significa que para além dos profissionais da política só existem os jornalistas que substituíram o pensar e o actuar do povo. Um ou outro pensador pulula aqui e ali e o resto é o vazio. A política está hoje entregue a estes dois grandes grupos. Mas não fiquemos por aqui. Há no ar forças reguladoras que intervêm sobre os segundos enquanto perseguem os primeiros vigiando-os. Quando é preciso estas forças quase ocultas servem-se da comunicação social (livre!!!) para reduzirem a actuação dos políticos e os controlarem. Penso que é tudo um jogo de sensações e de aparências, porque eu não consigo provar nada. E é preciso?
manuelmelobento

COMEMORAÇÕES REPUBLICANAS ?

Também ... não são pagos para rir, mas para espantar, também ... não! Já não se cultiva trigo!

RTP/A
5/10/06
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Monday, October 02, 2006


A RTP/MADEIRA NO ABSTRACTO

A falta de conhecimento da realidade madeirense pelos açorianos obedece certamente a orientações políticas superestruturais. Os dois arquipélagos portugueses dizem-se autónomos, mas estão separados pela geografia e pela informação e outras coisas mais. Tudo o que nos chega da Madeira é filtrado pela comunicação social registada no Portugal do continente. Da Madeira, até nós, nada chega. O Governo Central apoia e comparticipa todas as estações televisivas das ex-colónias. Para além disso, temos o canal África que a TV Cabo transmite a expensas do Estado português. Qualquer notícia transmitida pelos canais oficiais e privados dão sempre uma imagem da Madeira como se ela fosse uma espécie de República bokassiana. Só falta mostrar o Dr. Alberto João Jardim a comer criancinhas directamente do frigorífico. Atacaram o bispo do Funchal como se ele fosse o cónego Melo. O bispo pode ser um reaccionário, mas não passa disso. Fazem da Madeira um paraíso para pedófilos. Até parece que estão a tentar destruir o seu valioso turismo. Criticam a Zona Franca como se fosse um certo tipo de uma Chicago “gangsteriosa”. A obra de Jardim não passa de um furacão de túneis. Bem, quando Jardim fala fazem dele uma espécie de Vasco Gonçalves de direita. Incomoda a quem está habituado a pensar pela sua cabeça, mas não nos faz mudar de ideias. A obra lá está para ser vista. Foi ganha a pulso. Para combater Jardim é preciso fazê-lo democraticamente. De outro modo ele sai sempre com a imagem reforçada nas lutas que trava em prol da Madeira. Dessa luta ele é retratado como um ditador à la Chaplin, o que me parece ser uma mentira bem urdida dos merdia continentais . Gostava de ver por cá a RTP/Madeira, nem que fosse para seguir em directo da Pérola do Atlântico o próximo folhetim: “Ou pagas a renda ou vais para a rua”. E quem é que vai para a rua? As instituições do Estado português! Dá para perguntar se a ideologia que impera na Madeira é a mesma que se arrasta por Portugal? Que sistema de concepções e ideias políticas, jurídicas, morais, religiosas e filosóficas têm nela assente? Que superestrutura ideológica se reflecte das suas relações económicas? Para mim está difícil chegar lá porque nos merdia portugueses não dá para fiar.
PS:
E que tal termos o canal madeirense na TV Cabo? Será que iria fomentar o moribundo separatismo? Olhe que não! Logo agora que vamos receber mais uns milhões e a Madeira não...
manuelmelobento

Sunday, October 01, 2006


TURIODISSEIA

Grande revolução está para se dar nos Açores na área do Turismo. Porém, antes de a abordar convém levantar algumas questões que se tornam pertinentes. E estas dizem respeito às ligações aéreas com as bolsas de turistas espalhadas por países que futuramente serão para cá canalizadas. Se estamos condenados a sofrer algum atrofiamento por estarmos longe das tais bolsas porque razão não se altera o tarifário? Existem locais onde o afluxo turístico é bastante significativo e que se distinguem de outros pelo baixo preço das passagens de avião. 30, 40, 60 euros é quanto se paga para se passar uns dias num local fabuloso. As distâncias desses lugares a partir do local de embarque de passageiros é tanto quanto se sabe idêntica dos lugares de onde se parte para chegar aos Açores. Claro que esses países onde se opera a tão baixos preços planificaram a indústria a ponto de se tornarem bastante competitivos. Operar da mesma maneira não é assim tão fácil. Mas, como fazer crescer o Turismo nos Açores, principalmente em São Miguel, sem este sacrifício? Os nossos melhores clientes actualmente são os continentais portugueses. Teria uma certa lógica principiar por tornar o preço dos seus bilhetes o mais barato possível. Melhor, torná-los até mais baratos do que o que paga o residente. Seria muito mais fácil vender o destino Açores em Portugal do que estar às cegas a tentar cativar os nórdicos, por exemplo. Atrás de Portugal (continental) chegaríamos mais facilmente a Espanha. Sendo os custos do investimento obviamente mais baratos. Por outro lado, é preciso pensar em Ponta Delgada e outras localidades como pontos de fácil acesso a quem para cá vem. O que ainda não acontece. Os rent-a-car são parte de um todo que se pretende organizado, mas que certamente não darão resposta a um futuro fluxo turístico que no Verão se interesse pela praia. É preciso repensar, por enquanto, a zona sul da ilha de São Miguel e a alguma zona norte mais propensa a este tipo de turista. Transportes para as praias é prioritário. Refiro-me a ligações eficientes, rápidas e sem tempos mortos de espera. Sem elas é matar à nascença qualquer perspectiva de êxito. O mais importante é criar-se uma mentalidade para nos visitarem. Uma espécie de ir ao Algarve é como ir aos Açores. Bem, mas a questão com que iniciei este texto - pretensioso ou não, quero lá saber – é o que se está a preparar com as centenas de apartamentos que estão construídos e outras centenas que se irão erigir, melhor, estão a erigir. Não serão certamente para os micaelenses! A quem virão, então, a pertencer? A uma classe de gente estranha que os comprará e que virá apenas pela época das férias? A gente estranha que os comprará para depois os alugar aos nossos turistas? Penso que esta jogada já está perdida para nós. Os abutres já cá estão instalados e mais tarde ou mais cedo irão dar a cara como já o fizeram noutros tempos na Madeira. Deve haver maneira dos indígenas ilhéus ainda poderem dar uma pequena dentada no bolo que nos está a fugir como se tivesse pernas. A maior parte do que comemos - e pagamos - são eles que nos põem na boca. De outro modo iremos todos para as escolas de formação aprender de tudo para servir os novos senhores dos Açores. E casas de banho não faltarão para limpar. Será uma sina deste povo? Partiu para as Américas para as lavações e fica também cá para elas...
Nota final:
A Drª. Isabel Barata vai ter de levantar este tapete. A política do Turismo nos Açores por enquanto ainda está de saúde. Precisa é de fazer prevenção para se precaver e poder dar a volta por cima antes que seja tarde de mais. Penso que para já, basta assustar...
manuelmelobento
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