Tuesday, April 20, 2010















Varett expõe no Museu de Arte Antiga. Oferece a pintura "Nada Posso" aos museus nacionais pois estes não têm dinheiro para pagar aos artistas fora do monopolismo artístico que se assenhoreou da arte em Portugal.
Clique para visionar o video da acção.
VARETT EXPÕE TRÊS TRABALHOS NA TABACARIA DO ROSSIO - LISBOA

Saturday, April 17, 2010



MULHER NUA OLHANDO A LUA

Fuga

Thursday, April 15, 2010

Impotência da Mãe de Jesus perante o homicídio de Cristo cometido pelo invasor romano. Esta pintura não é mais do que uma leitura pessoal e tosca do Rafael do Renascimento. Varett

Wednesday, April 14, 2010



1º - Adrenalina animal
2º - Casamento na aldeia

Sunday, April 11, 2010

CORRECÇÃO
Onde se lê Freinêt deve ler-se Frineia.
Peço desculpa pelo erro.
Varett







Últimas pinturas de Varett

Thursday, April 08, 2010


Varett
Anal
Acrílico s/cartão
6 palmos x 4

Wednesday, April 07, 2010

Achegas para a conceptualização de O Pincelismo

Pelo facto de se aprender a ler e a pintar/desenhar na escola, não quer dizer que se venha a ser escritor ou pintor. Todavia nada impede que se escreva e que se pinte. Se encontrarmos, por exemplo, uma carta escrita por um Soldado Romano dirigida a uma namorada hebraica a narrar-lhe - num latim popular - o facto de ter encontrado Jesus de Nazaré a namorar com uma mulher que mais tarde veio a saber tratar-se de Maria Madalena, etc. Eis a importância de uma simples carta enquadrada num possível estudo histórico-religioso. Qualquer desenho-pintura pode ter também a sua utilidade num contexto cultural e histórico. Ninguém está impedido de escrever, pintar, desenhar, construir, etc.
O Pincelismo é um acto natural de expressão pictórica - no caso da pintura pois este conceito pode ser alargado a outras áreas. "Estudar" o Pincelismo pode ser considerado uma actividade pouco apelativa. A pintura ingénua pode confundir-se em princípio com o Pincelismo. Porém, há que saber distinguir um do outro na medida em que este é descomprometidamente universalista e sobretudo como acto humano livre da cópia. Nada deve impedir que o homem vulgar pinte. Nada deve impedir que um "analfabeto" se expresse sem o rigor de uma escola. A pintura ingénua é, hoje, considerada uma escola. A pintura "naif" exige um pintor "naif" para ser considerada como tal. No "pincelismo" não se exige um comportamento seja de que estilo for. Pode-se misturar estilos; pode-se "rigorosamente" pintar livremente sem ter de dar satisfação a escolas ou a críticos. O "pincelista" pode ser uma pessoa "culta" como o seu "contrário". O "pincelista" pode até pintar sem ter a noção de que pinta. O que é preciso para pintar? Tempo? sim!, habilidade?, negativo!Conhecer várias ou algumas técnicas de pintura?, negativo! O "pincelismo" será anárquico? Tal como o universo sub-atómico um todo nada rigoroso... Deverá o "pincelismo" fazer-se representar nas galerias das elites? Não necessariamente, porque estas são restritivas, o que lhe é contrário conforme a sua natureza. O "pincelismo" deve - se puder - estar presente em tudo que o suporte - paredes até - e só não deve ser representado no chão para não desbotoar. Quanto à forma? A que mais se conforme com a ideia mesmo que a mão a não acompanhe quando se expressar. No mundo das aparências, nem mesmo o que é aparente deixa de ser aparente.
Se o "pincelismo" tiver oportunidade de se projectar e criar sombra nem sequer é responsável por aquilo em que ela se transformar: sombra de sombra.
Há ideias disformes e disparatadas que o "pincelismo" procura materializar. O "pincelismo" é pois uma sombra... independente do "objecto".
O "pincelismo" é criativo? Nada é criador! Tudo é uma mistura. É como uma sopa de cenoura. A cenoura é apenas um dos elementos. Talvez o mais proeminente, logo a seguir ao líquido que a faz ser sopa de cenoura. O "pincelismo" foi "inventado" para chocar? Ele é o fruto de uma falta de escola e de academismo. Em democracia burguesa, tanto o menos abonado quanto o mais rico usufruem das comodidades do mundo capitalista moderno, em escalões diferentes, claro. Assim, o "pincelismo" - a menos abonada arte de pintar - também tem o seu espaço. E o espaço é de todos e para todos. Muitas pinturas "pincelísticas" são azul-cinzento. Este facto torna-as pouco apetecíveis à apreciação. Claro, quando se escurece uma pintura é por que não se domina a técnica, mas isso é um erro. Erro para a concepção dos Mestres, claro. Não se trata de uma posição nihilista porque se constrói por dentro das suas próprias dificuldades e por que se caracteriza pela não imitação. Quando imitar para reproduzir, o "pincelismo" deixa de ser manifestação primária e medíocre (passe o termo). O "pincelismo" é pertença generalizada, não é peça personalizada nem cuidada. Isso interferiria no seu processo metodológico. Bonita expressão para quem quer estar longe do academismo. Trata-se de um ligeiro percalço no percurso da diegese. Ah! Nada pode ser mais livre no "pincelismo que possa ficar escondido.
O "pincelismo" de tão confuso é transparente e tem como objectivo a fuga à comercialização. Enquanto o autor puder. Está claro! O comércio, a procura e a oferta desvirtualizam e condicionam a arte. Esta acaba por cair nas mãos dos agiotas que vivem da promoção do seu investimento descurando o sentido íntimo da arte.
O "pincelismo" não combate as outras correntes. Porém, não se associa com nenhuma em termos de troca porque se trata de uma atitude marginal estudada. Esta está boa. Será isto elitismo? Não vou responder... Pois mais parece uma atitude de refúgio. Aqui se encontra consigo mesmo. É um egoísmo que distribui ficando por outro lado em si mesmo.
Texto confuso? É o que se pode amanhar...
melito

Tuesday, April 06, 2010



Quase diário.
Encontrei este texto. Já não me lembrava de o ter escrito. Estávamos em Outubro de 2007. O ano em que deixei tudo para trás. Menos a bebida. Este texto é o texto de um alcoólico... mais ou menos...
Dia 26
Vai sem qualquer correcção.
Esta cobertura de pinturas à minha volta sossega-me. E o mais esquisito é que eu é que as fiz. O que elas me dizem sou eu que tenho que descobrir. E vou descobrindo coisas nelas que "não fiz". Como pode ser? Se algumas destruí foi porque me acusavam de qualquer coisa ou porque me pareciam verdadeiras patetices. Irrita-me, por vezes, encontar-me como figurante das suas acções. Salto para a composição como um proprietário absoluto quando abre os portões das suas quintas. Não tenho pachorra para medições métricas nem perspectivas equilibradas. Elas para mim não existem na reprodução métrica da arte enquanto cérebro. O meu é rebelde (por deficiência) daí que é nele que procuro as respostas depois de misturar o que me rodeia, ou suponho rodear. Para mim é mais fácil utilizar as cores do que as palavras. Estas têm-me traído a maior parte das vezes. Até as acho hipócritas. As cores já não são assim. Posso esconder-medo por detrás delas como mistérios, mas mais cedo ou mais tarde fico descoberto. As pinturas têm mais vida do que as paisagens que procuro representar. Porque sou eu quem lhes dá vida e não outrem. Por isso gosto mais delas. E não é por uma questão de egoísmo. Egoísmo é querer as paisagens do outro e ficar com elas. Eu não as quero para nada. Fazem-me sofrer. Por isso deixo-as ficar onde estão ou parecem estar. Mas porque me estou a contradizer, pois disse que as palavras têm saltos de compreensão. Mudam conforme os tempos e é nestes que temos que encontrar o seu suporte. Que descanso é este que só a minha pintura me dá? Por que é que os artistas ficam neles e não me fazem voar? Como me custa interpretar a arte dos outros? Por que apenas me fico pela admiração? Será porque não domino os seus códigos ou porque ao querer interpretá-los estarei a cometer apropriação ilícita? Terei eu construído a solidão à custa da solidão das minhas pinturas? Será que estou a sofrer a doença de um bom criador que passa a amar a própria criação? Isto é demasiado narcisista! Mas se me agrada, para quê questionar? Quantas vezes pensando estar a deformar o real estou a vê-lo perfeito na minha frente? E o rigor? não fará ele parte da minha disfunção com o que me rodeia? Quando desenho uma espada, ela mais parece um acto de unir e não separar. Mas quantas espadas pintei? Acho que nenhumas, à primeira vista. Umas estarão escondidas as outras tomam formas de espátulas. Cheguei à idade da impotência (com intervalos,claro). Não foi o corpo que me avisou. Foram as pinturas. Saíram-me três bastante contundentes. Imaginei-me uma múmia sem pirâmides, nem camelos e nem desertos. Lá estão elas à minha frente a desafiarem-me porque julgam que essa provocação me vai ferir. Rio-me delas! Elas não sabem que não me fazem sofrer porque isso de saudade é coisa para tansos. E eu já não tenho idade de saudade. Estarei a construir uma pintura de solidão? Estarei doente? Não de dores físicas porque estas colocam-me problemas de outra dimensão. Fiz com que as pessoas (os meus) se afugentassem de mim? O que tem a minha pintura com isso? Eu que nem sei pintar! Qual será o passo seguinte da solidão? A solidão não faz guerras. Como é difícil fazer falar a solidão se ela nem é modelo de amizade. Tenho sede! E o que tem a solidão com isso?
O meu ser vagueia na onda do exílio onde a solidão soluça.
Nota: realmente este texto é de uma pobreza atroz e mal escrito. Porém, é verdadeiro. A última frase, então, é de tal ordem que não percebo por que a escrevi. Não sei o que significa.
Varett,
dia 6 de Abril do ano de 2010