Thursday, November 02, 2006


O QUE É DA MADEIRA A JARDIM

Quando o judeu Jesus, criador da seita judaica que dá pelo nome de cristianismo, respondeu a um outro judeu, neste caso velhaco (uma espécie de jornalista português avençado da altura), que a parte que cabia a César – senhor de Roma e colonialista por opção de vida – a ele pertencia e que a parte de Deus (Cristo referia-se àquele de quem se dizia Alter Ego) a Deus pertencia estava certamente à rasca não fosse a sua resposta enviar-lhe para a prisão e morte. “Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus”. Esta frase acompanha-nos há séculos e sempre mal interpretada. Cristo politizou a questão e safou-se por uns tempos até que judeus e colonialistas em conluio o mataram. A jornalista de serviço à estação oficial do Estado português, Judite de Sousa, entrevistou Alberto João Jardim, Presidente eleito da ainda Região Autónoma da Madeira – diga-se ainda porque estamos vivos e sabemos os tratos que a Constituição sofreu desde 1820 e que resultou na alteração de algumas designações de parte do país). Alberto João Jardim como membro de um governo de uma região portuguesa merece da estação televisiva do Estado o respeito que os demais membros do Governo Central também usufruem no cumprimento das suas altas funções. Não foi o que aconteceu. A jornalista não só o desrespeitou como parecia um veículo do Partido Socialista tentando envenenar a opinião pública contra um membro do Estado. Saíu-se mal porque Jardim – sempre boicotado na amostragem das contas (o que pelo menos servia para posteriormente ser desmascarado se fosse caso disso) – utilizou uma táctica utilizada pelos nacionalistas africanos. Nada contra o povo português! O inimigo era o regime colonialista de Salazar- Caetano. Jardim ama o povo português. Logo, o seu combate – neste caso político – é contra o regime socialista cujo chefe actua tal qual o do antigo regime de Saddam Hussein (acrescento eu o de Salazar e Caetano) que para além de ser chefe de governo era chefe do partido que o suportava – sem oposição interna. Sócrates é isso mesmo! Ninguém pode negar esta evidência! Quem pode, no seu juízo perfeito, dizer que o combate de Jardim é contra Portugal. O Partido Socialista não é Portugal! Judite de Sousa na ânsia de servir e é pena, pergunta infantilmente ao dr. Alberto João quais as razões de ele não permitir que se faça uma auditoria do Banco de Portugal às contas da Madeira. Jardim só permitirá que isso aconteça se a “empresa” for “de fora”. Jardim não confia no Banco de Portugal. E com razão. A questão ultrapassa a pergunta e a resposta. Permitir pôr o Tribunal de Contas, que exerce funções na RAM, sob suspeita era abrir a porta a uma possível ruptura de incomensuráveis consequências. Oh Diabo, os Tribunais são instituições que pertencem a um órgão de soberania nacional! Ou a Judite não estava preparada ou a encomenda é um produto perecível. Está-se mesmo a ver o desenho. Um órgão de soberania a ser julgado pelo próprio. A partir de certa altura da entrevista Jardim é acusado de ter governado tão bem a Madeira tanto que a colocou nos lugares cimeiros do desenvolvimento. Então a Madeira não pode empobrecer como Portugal “Além Lisboa”, provinciano e despovoado? Jardim defende-se. A Madeira é Portugal? Se é Portugal para quê acusar Portugal de se ter desenvolvido? Para quê acusar uma parte do país de ter fugido ao Portugal lastimoso de sempre. Trinta anos de democracia serviu quem? Dá para perguntar. Jardim, depois de ter governado a Madeira a contento dos madeirenses é levado a julgamento público através de um jornalismo que depende do Estado para viver. Lutar pelo desenvolvimento das regiões é ser-se separatista? Diz Jardim que quem quer separar a Madeira do resto do país está no Continente. Certamente que está! A Madeira desenvolveu-se? Então que nos separemos dela! Desenvolvida é um mau exemplo para o Portugal pobrezinho cheirando ao pavio do 13 de Maio. Lembro-me de quando a América me era querida... Na Base Aérea 4, da Ilha Terceira, a administração americana quis pagar salários aos portugueses que lá prestavam serviço ao nível do ordenado mínimo tal qual ao aplicado nos USA. Qual quê! Salazar proibiu determinantemente. Todos tinham de ser igualmente pobrezinhos. Era o princípio da materialização da solidariedade nacional. Todos pobrezinhos! Todos contentes ou para o futebol ou para Fátima, já! Salazar era mais velhaco do que isso, meus senhores! O que ele não queria era que os trabalhadores portugueses reivindicassem mais salários à semelhança do ilhéus e criassem alguma desestabilização. É o que Sócrates quer?Parece que sim. Ou então, como a Madeira fica longe, talvez sirva como manobra de diversão para uma política que está a pôr os cabelos em pé à maioria da população, já que não vejo que mais poderão estes tristes portugueses erguer...
PS: Dois aspectos negativos da parte do dr. Alberto João. O ataque a Carlos César. Era escusado, pois, tal como ele, César foi eleito pela maioria do eleitorado para defender os interesses das populações açorianas. Quanto ao “exílio político” a conceder a Judite de Sousa, não deixa no ar boas interpretações. Se foi à Alberto João, então, está bem. O Carnaval está aqui está à porta. “A Madeira recebe todos os exilados portugueses fugidos ao regime socrático!” Podia ser o futuro chamariz publicitário...
manuelmbento
jornalista
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