Wednesday, November 08, 2006


Minhas senhoras e meus senhores:

Ana Maria
Netto de Viveiros – digo eu!

“Minhas senhoras e meus senhores

Há quem escreva com palavras... e com palavras se pode pintar... e há quem pinte uma escrita em tintas estendida...”

Assim começou Ana Maria Netto de Viveiros a sua dissertação/interpretação/apresentação acerca do livro de poesia e da exposição de pintura de Victor de Lima Meirelles, no passado dia 3 de Novembro.
“Ó habitante de “Falera, Apolodoro” relata-me o que se passou entre Agatão e Sócrates ... Assim começa um dos muitos diálogos platónicos. Sempre que um acontecimento me chega em forma de comunicação por outrem, não tendo estado presente, lembro-me sempre desta clássica “entrada”. Arrependi-me de não ter ido! Mas comigo é assim. Complexos? Preconceitos? Intolerância? O que se quiser... Como, às vezes, não me falta descaramento, solicitei a Ana Maria que me fizesse o favor de “repetir” a apresentação. Acedeu. Eu sei que ela nunca se nega a participar em actos culturais. Está sempre presente. Por isso abusei. Apresentei-me na Senhora da Rosa e fiz de assistência (única). Uma tarde preenchida com literatura à mistura com uma lição igual às tantas que assisti nos diversos estabelecimentos de ensino onde leccionou e orientou gerações de professores. Para mim foi um luxo. Egoísta? Pois sim! O que se passou no Centro Cultural de Ponta Delgada foi revisionado. São privilégios! O texto de apresentação do livro foi seguido por imagens das pinturas que surgiam no seu computador. Ana Maria já nos habituou a trabalhos de análise. Recordo-a como especialista num trabalho de análise literária e narratológia que fez há uns bons dez anos, sobre um livro do Prof. Almeida Pavão. A par deste trabalho, injustamente esquecido, existem outros de merecimento publicamente reconhecido. Ana Maria “leu” um Meirelles meu desconhecido. Eu que julgava “tê-lo” lido. “Solidão! Noite! Silêncio! Morte!” “Um poeta que responde sem responder...” O texto é “enorme”! O texto sobre o texto fez-me ler de novo “Amargo Lírico”. Assim aconteceu com outros escritores que ela “descobriu”, para meu deleite de re-leitura. O texto que Ana Maria Netto de Viveiros escreveu torna-a responsável, muito responsável. Ao ponto de lhe pedir - através desta minha deslavada crónica – que o publique ilustrado com os slides da pintura de Meirelles com que presenteou aqueles que estiveram no Centro Cultural de Ponta Delgada e que presenciaram um momento alto de análise literária, que assisti em diferido real na Senhora da Rosa.
O meu agradecimento público e pessoal à sua enorme vontade de estar na cultura e ao serviço do outro sem ter em mente qualquer recompensa.
manuelmelobento
Posted by Picasa

1 Comments:

At 3:36 PM, Blogger Unknown said...

Que pena não ter estado lá!! Porque a minha MESTRA tem o condão de encantar. Fê-lo comigo há vinte e seis anos, quando a sua sabedoria me fez decidir a ser professora e fá-lo hoje, em cada dia e em cada aula, porque ela é MODELO de Saber e de de ser Pessoa com os outros.
Fico à espera da publicação...
Anita. Covilhã

 

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