Sunday, November 26, 2006

O CHARRO DA ACTRIZ

Actriz americana delicia-se ao fumar um “charro” numa das séries mais conhecidas dos últimos tempos: “Sexo e Cidade”. São 22 horas e 34 minutos de domingo do dia 26 de Novembro. Está no ar a Sic Mulher. A cena está tão bem idealizada que até parece um anúncio de publicidade a apelar para o consumo da “erva”. Depois de inalar o fumo do charro a actriz fica imensamente feliz. Segue-se a sua prisão por um polícia americano - que estava logo ali à esquina - e posteriormente a sua libertação. Quem quiser vender drogas leves não precisa pagar publicidade sobre o produto. Ela é feita subliminarmente para os filhos do Zé Povinho e na cara dos moralistas do regime (deste, não confundir com aquele que lhe ofereceu paternidade). Especulemos sobre a matéria. Quem é que paga ao Estado português para fazer publicidade de drogas leves? Não se pode colocar a questão desta maneira porque o Estado alimenta uma série de instituições que combatem a venda e o consumo da droga. No entanto, o Estado cobra direitos aduaneiros e outros que naturalmente irão parar aos cofres da Inspecção Geral dos Espectáculos sobre a fita em questão. Este facto permite afirmar que alguém consente aquilo que o Estado tão dignamente combate. Será que o Estado tem duas caras? Digo isto assim porque não é a Mariquinhas da Casa das Tabuínhas quem arrecada os impostos do sector. Uma das caras certamente faz uma coisa que a outra a moralista não consente. O Estado também combate a violência. Porém, o que não ganha o mesmo Estado com a violência que lhe paga impostos através dos mesmos meios? Eu cá não sei? Talvez a Procuradoria Geral da República no intervalo da sua sesta prolongada tenha paciência para averiguar estas e outras coisas que adiante proporei como raciocínio, à laia de passatempo. Vejamos o que acontece com o tabaco. O tabaco mata! Estes dizeres foram obrigados a ser impressos nas embalagens que contêm os cigarros. Até aqui tudo bem. O Estado porta-se ao nível, como dizíamos no meu tempo. Só que se um produto reconhecidamente mortífero é posto à venda não seria politicamente higiénico proibi-lo de vez? Um momento por favor. É que tenho de acender o meu charuto. Pronto, já está! Continuando: quem vende veneno que mata milhões de cidadão não merece ir preso? Eu penso que sim! Vou até mais longe. Devem ser presos todos aqueles que fumam, pois estão também eles a matar a malta que os rodeia e que inspira o fumo do tabaco. Calma. Mas antes devem ser presos todos os que manufacturam e vendem o veneno oficialmente reconhecido. Ao investigar quem são os criminosos que vendem produtos que matam deparei-me com grandes empresas dirigidas por gente de bem: os chamados administradores. Perseguindo e investigando mais um pouco deparo com – ai querida Nossa Senhora – com o Estado como dono de parte das fábricas que produzem o veneno. Mais: o próprio Estado nomeia administradores para melhor (?) gerirem (procurar mais lucro) as mesmas empresas que se dedicam a actos criminosos. Actos esses previstos na legislação em vigor. Tal como a matilha da banca e dos seguros (estou a repetir através de sinónimos o que ouvi no programa do “velho” borracho Fátima Campos Ferreira que dá pelo nome de “Prós e Contras”) faz nos contratos que obriga a malta a subscrever quando com eles assume compromissos, o Estado, também, em letras inacessíveis ao olho humano (meio milímetro) pespega o “República Portuguesa” no invólucro do tabaco que MATA. MATA está em letras garrafais... Como o Estado é uma pessoa de bem, vamos ter de procurar os verdadeiros homicidas (pois matam). Denunciá-los ao novo Procurador Geral da República é um dever cívico! Um momento só que tenho de acender outro charuto. Jantei bem e já lá vão dois. Não compete ao Estado fazer esta triste figura. Falar de bebidas alcoólicas ainda é pior. Fica para outra ocasião.
Nota final:
Que eu saiba e os médicos que receitam canabis também, esta erva é aplicada a certos doentes para lhes minorar o seu sofrimento. Melhor dizendo, serve para os fazer sentir melhor no seu estado de saúde. E agora pergunto eu – que já estou a partir o coco a rir – o que é que devem mandar pôr nos invólucros da canabis os médicos que a receitam aos seus doentes? Canabis mata ou canabis cura?
manuelmbento
Posted by Picasa

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