Sunday, November 19, 2006


CARLOS CÉSAR: CUIDADO, DEPOIS DE MIM O PSD/A

Os Açores estão descontroladamente controlados. Vivemos um tempo em que as ideologias estão para os políticos como as pombas para a paz. A pomba representa a paz. Tudo bem! Pergunta-se: quando a pomba é comida num guizado à grega para onde vai a paz? Que sabor terão as ideologias que nos orientaram nestes últimos anos depois de servirem os interesses das classes que agora se banqueteiam com elas? Será que a esquerda de hoje tem ideologia? E a direita? Passemos ao passo seguinte, porque este tema já está muito estafado e toda a gente sabe ou sente que era uma vez a paz, era uma vez a ideologia e era uma vez os velhos deuses que desceram à terra em forma humana. Estes três entes (chamemo-lhes assim para maior facilidade no entendimento) requerem um novo tratamento. A paz passa a um negócio de morte produtor de grandes rendimentos. A ideologia passou a cartilha oficial do comércio em geral. Os deuses, que todos os anos inventam tácticas novas, apresentam os mesmos intérpretes com novas linguagens. É certo que as democracias isolam dos dinheiros do Estado as diversas Igrejas, colocando-as numa situação económica e financeira à beira do desastre. Daí que aqueles que se apresentam como candidatos para governar imbuídos de ideias religiosas têm muito mais apoio que outros que entendem o afastamento daquelas dos actos oficiais. Podem os sacerdotes, pastores e outros que tais pregarem contra os novos costumes impostos pelo desenvolvimento e crescimento económico que de nada serve. As velhas regras morais passaram para as prateleiras dos costumes para servirem de tese aos futuros doutorandos. A justiça social nada mais é do que a apresentação do orçamento. Pelo orçamento se infere a prova de que as ideologias se esgotaram. Que estão a ser substituídas pelo poder de compra que os grandes grupos “oferecem” aos novos escravos sociais tendo simplesmente na mira o aumento do seu capital. O capital para crescer não tem como objectivo o bem estar de quem nada tem. Hoje, pelo modelo que nos querem impingir já ninguém acredita na moral do capital. Hoje, a reboque do que a Espanha está a tentar fazer no que diz respeito às lavagens do mesmo (a Espanha é obrigada a actuar assim porque é um país que está em guerra com parte do seu próprio território que até fala uma língua que nada tem a ver com a indo-europeia, por exemplo) o Governo português viu-se obrigado a copiar uma acção de contenção e controlo de viagens de capitais por diversos “portos” do crime. A diferença reside na vigilância de desvio de fundos para organizações que poderão colocar em perigo o Estado espanhol. A rede estendeu-se até Portugal, e claro está, seria escandaloso não fingir que se actua contra tal espécie de “banca”. O pior é que entre nós a banca é quase tudo. Não se pode fazer investigação a sério porque é lá que moram os maiorais. Investigar a banca não é o mesmo que fazê-lo aos infelizes que foram apanhados na malha da pederastia, e que oferecem um espectáculo circense, por exemplo, para entreterem a paspalhada até às urnas. É preciso despachar a investigação dos crimes de colarinho fiduciário não vá a coisa dar para o torto. Com uma banca virada do avesso, Portugal afunilava. Sócrates já treme só de adivinhar no que iria dar. Parece que tudo vai ser abafado ou investigado à portuguesa num abrir e fechar de olhos. Aquela gente não brinca em serviço e está muito longe de serem vítimas do estilo de Carlos Cruz ou Vale de Azevedo que até parecem estar sujeitos a prisão perpétua. Perdi-me! A banca nos Açores é quase santa. E ainda bem para descanso das nossas beatas crentes na Paz Açoriana, na nossa ideologia e nos nossos pacíficos deuses que cheios de moral renovada se preparam para mais uma época de grandes sacrifícios em prol de um Céu que sempre esteve ao nosso alcance. A Igreja maioritária nos Açores está descapitalizada. Veio a público através de tudo que é “media” pedir auxílio para não entrar em bancarrota. Atirou o pedido ao ar. César a dois anos de eleições voltou-lhe as costas e o dinheiro já não estica como antigamente. Os crentes com pouco podem contribuir nesta aflição esmoler católica uma vez que estão, também eles, à rasca de massas. A banca os salvará? Eu creio bem que sim. Mas depois de bem lavada e oficialmente absolvida. Depois de mim o PSD? Se não entra com a massa é muito provável que assim seja. É que a Igreja cá por estas bandas nunca deixou de ser uma força política. Melhor dizendo, uma empresa de prestação de serviços de apoio que cobra bem. Diria mesmo, muito bem. Uma guerra com a Igreja só pode trazer prejuízos políticos. É preciso não esquecer que o PSD/A já foi bandeira da Igreja no tempo em que os socialistas não acreditavam no Senhor Santo Cristo. Amen!
manuelmelobento
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