Sunday, October 01, 2006


TURIODISSEIA

Grande revolução está para se dar nos Açores na área do Turismo. Porém, antes de a abordar convém levantar algumas questões que se tornam pertinentes. E estas dizem respeito às ligações aéreas com as bolsas de turistas espalhadas por países que futuramente serão para cá canalizadas. Se estamos condenados a sofrer algum atrofiamento por estarmos longe das tais bolsas porque razão não se altera o tarifário? Existem locais onde o afluxo turístico é bastante significativo e que se distinguem de outros pelo baixo preço das passagens de avião. 30, 40, 60 euros é quanto se paga para se passar uns dias num local fabuloso. As distâncias desses lugares a partir do local de embarque de passageiros é tanto quanto se sabe idêntica dos lugares de onde se parte para chegar aos Açores. Claro que esses países onde se opera a tão baixos preços planificaram a indústria a ponto de se tornarem bastante competitivos. Operar da mesma maneira não é assim tão fácil. Mas, como fazer crescer o Turismo nos Açores, principalmente em São Miguel, sem este sacrifício? Os nossos melhores clientes actualmente são os continentais portugueses. Teria uma certa lógica principiar por tornar o preço dos seus bilhetes o mais barato possível. Melhor, torná-los até mais baratos do que o que paga o residente. Seria muito mais fácil vender o destino Açores em Portugal do que estar às cegas a tentar cativar os nórdicos, por exemplo. Atrás de Portugal (continental) chegaríamos mais facilmente a Espanha. Sendo os custos do investimento obviamente mais baratos. Por outro lado, é preciso pensar em Ponta Delgada e outras localidades como pontos de fácil acesso a quem para cá vem. O que ainda não acontece. Os rent-a-car são parte de um todo que se pretende organizado, mas que certamente não darão resposta a um futuro fluxo turístico que no Verão se interesse pela praia. É preciso repensar, por enquanto, a zona sul da ilha de São Miguel e a alguma zona norte mais propensa a este tipo de turista. Transportes para as praias é prioritário. Refiro-me a ligações eficientes, rápidas e sem tempos mortos de espera. Sem elas é matar à nascença qualquer perspectiva de êxito. O mais importante é criar-se uma mentalidade para nos visitarem. Uma espécie de ir ao Algarve é como ir aos Açores. Bem, mas a questão com que iniciei este texto - pretensioso ou não, quero lá saber – é o que se está a preparar com as centenas de apartamentos que estão construídos e outras centenas que se irão erigir, melhor, estão a erigir. Não serão certamente para os micaelenses! A quem virão, então, a pertencer? A uma classe de gente estranha que os comprará e que virá apenas pela época das férias? A gente estranha que os comprará para depois os alugar aos nossos turistas? Penso que esta jogada já está perdida para nós. Os abutres já cá estão instalados e mais tarde ou mais cedo irão dar a cara como já o fizeram noutros tempos na Madeira. Deve haver maneira dos indígenas ilhéus ainda poderem dar uma pequena dentada no bolo que nos está a fugir como se tivesse pernas. A maior parte do que comemos - e pagamos - são eles que nos põem na boca. De outro modo iremos todos para as escolas de formação aprender de tudo para servir os novos senhores dos Açores. E casas de banho não faltarão para limpar. Será uma sina deste povo? Partiu para as Américas para as lavações e fica também cá para elas...
Nota final:
A Drª. Isabel Barata vai ter de levantar este tapete. A política do Turismo nos Açores por enquanto ainda está de saúde. Precisa é de fazer prevenção para se precaver e poder dar a volta por cima antes que seja tarde de mais. Penso que para já, basta assustar...
manuelmelobento
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