Sunday, December 03, 2006


GOLPE DE ESTADO: NOVO MODELO

Cavaco Silva prepara um Golpe de Estado à moderna. Portugal está roto. É preciso cosê-lo. O penúltimo Golpe de Estado que teve lugar entre nós, corria o ano de 1926. Instaurou-se uma ditadura militar que durou até 1932. De 1928 a 1932, governou as Finanças o filho da dona Maria do Resgate. Este período, caracterizou-se pelo fim da traquinice e pela contenção de despesas nos diversos ministérios. O Presidente da República e o Primeiro-Ministro eram unha com carne. Salazar apertava e o Carmona sorria acompanhado pelo Cardeal Cerejeira. Salazar do Resgate dizia ao tempo que a República não era incompatível com a existência da vida religiosa. Em 1974, teve lugar o último Golpe de Estado. Daí surgiu uma pequena ditadura militar que durou praticamente até às eleições para a Constituinte. De 1976 até à eleição de Cavaco à Presidência da República, Portugal foi governado e desgovernado por uma série de personalidades que foram catapultadas para o exercício do poder mercê de requisitos muito duvidosos. A comunicação social não está isenta de culpas na feitura das mesmas perante um povo de analfabetos orientado por uma elite intelectual desligada dos verdadeiros valores populares e das suas mais prementes necessidades. Salazar, do Resgate ou não, era um estadista. A criação do Estado Novo demonstra-o. Não vamos questioná-lo nestas linhas porque ainda é muito cedo para fazer história para além dos sentimentos e da subjectividade. Até hoje, e desde o período que começa em 25 de Abril de 1974 só uma personalidade tinha a visão do Estado português. Essa foi Álvaro Cunhal. Um Estado socialista, diga-se, mas Estado. Com o desaparecimento de Cunhal extinguiu-se a possibilidade de vermos uma Nação organizada, no modelo por ele protagonizado. E difícil seria a sua constituição socialista a destempo numa Europa liberal por opção e desnorte. Liberal por ideologia ideossincrática e desnorteada pela voracidade com que se expande para lá dos Urais em busca de novos mercados e de sangue novo. Cavaco aprendeu com o tempo o como tornar-se estadista. Estuda o programa de Salazar no período em que este impõe as regras económicas que transformariam Portugal num país com sentido (?). Como Primeiro-Ministro, e com a ignorância que lhe era atribuída (hoje, ultrapassou a sua falta de visão de conjunto) governou para as estradas e para os CCBs da sua tacanhez. Sobrecarregou os ministérios tornando a máquina do Estado muito pesada. Teve seguidores como Guterres. Só que este era socialista e, como tal, competia ao Estado suprir as carência dos cidadãos. Beato e socialista, o que se poderia esperar mais? Cavaco, hoje, faz de Marechal (Carmona) quando Sócrates (um mandarete do capitalismo internacional) cumpre os desígnios domesticados de um Portugal à beira de uma ditadura globalizante e faz de Salazar quando leva o mesmo Sócrates a apertar as veleidades dos portugueses quando pensam
que são europeus
de pleno direito. Ainda falta muito para Cavaco concretizar o seu sonho. Isto é, fazer de Portugal um país de pleno direito Capitalista e Monopolista. Mas o caminho está aberto para um plebiscito que lhe dará a possibilidade de ver todo um povo referendá-lo. O mesmo aconteceu com o filho da dona Maria do Resgate:esvaziar o poder a todos e concentrá-lo em si. E depois foi o que se viu.
manuelmbento
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