Wednesday, January 17, 2007



VAMOS PENSAR?

Compreende-se ou deveríamos compreender que um povo que ainda acredita, venera e adora estatuetas de barro, de madeira, de louça e de outras substâncias, algumas vezes vestidas de cetim, de veludo, de lã, etc., não seja propriamente evoluído. A sua impreparação para análises profundas não lhe permite voar muito alto. No entanto, é de estranhar que a classe “intelectual” que povoa tudo o que é poleiro da ciência não tenha como objectivo alcandorar o pensamento das gentes para um estádio mais moderno. O que se vê mais em órbita de conhecimento é um alimentar o mito e a ignorância. As aldeias e vilas do interior, como aglomerados populacionais, estão entregues aos sábios vindos das profundezas da Idade Média, onde lhes é facilitado impingir os mitos inflexíveis, rígidos e improgressivos que permitiam (e permitem), em conjunto com o poder político, reter voos de reconhecimento de novas áreas do conhecimento. Recheados de medos e incertezas impingidas despudoradamente, cabia-lhes (cabe-lhes) os Dias Santos e Santificados, onde em vez de se purificarem, eram (e são) metralhados com demónios e monstros a quem só as batinas estavam aptas a esconjurar. A elas devia (deve) o bom povo a sua estabilidade psicológica a custos de uma sacrossanta dízima. A religiosidade faz parte da programação da humanidade. Mas, até esta programação, em outros povos, sofre alterações de modernidade. Entre nós, em vez de avançarmos para uma melhor compreensão desse compromisso natural, resolvemos alimentar o incompreensível. Para quê? Para servir senhores? Para servir uma economia ruralista de um Estado que se pretendeu (e pretende) protector e providencialista? Mas, aonde nos leva esta maneira de estar? Para as grandes superfícies aos fins de tarde e para a adoração assistida porque rotineira e semanal. Não é tão bom… Com este protocolo de demência fomentada não será difícil transitar de um regime político para o outro enquanto o Diabo se constipa no Monte das Oliveiras.
manuelmbento

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