Sunday, January 14, 2007




INTRODUÇÃO POSSÍVEL AO TEATRO PORTUCALENSE

Cavaco qual Gama (o outro) partiu para a Índia. Dom Duarte Pio – o Rei dos Monárquicos onde me incluo - espera as novidades da nova pimenta informática. Sou monárquico, mas Naturalista. Estou-me nas tintas se compreendem ou não o que isto significa. Portugal não é capaz de se voltar para si. Quando não conseguimos resolver os nossos problemas vamos viajar. Viajam os Presidentes e o Governo tipo visitas de estudo e viajam os desgraçados catalogados de emigrantes tipo busca de trabalho. O Mundo está vazio. Já lá nada há para roubar, perdão comerciar. Não soubemos comerciar como os ingleses. Estes sim! O que roubaram investiram na sua terra. Ladrões espertos! Nós não conseguimos transformar o ouro do Brasil, nem o produto da venda de escravos africanos e outras especiarias em coisas discretas. Fazemos como as alternadeiras: o que ganham é para o cabeleireiro, para as botas, para os estilistas e para a sua própria segurança que dá pelo nome de chulo. Esta introdução não está tão mal assim para discorrer o que se segue. Penso eu! Se me repetir, não só não peço desculpa como não obrigo ninguém a ler os meus encómios à loucura em que nos atolámos. Abro aqui uma excepção aos meus leitores fixos de qual avença “sobrevivo”.

I

Um coreuta do nosso sistema político afirmou – sem que ninguém o contraditasse – que Portugal é um país capitalista.
Eu próprio que sou sempre do contra, quando ouço imbecilidades, calei-me. O coreuta português deste regime caracteriza-se por ser aquele que não raciocina. Porém, sabe localizar o raciocínio no outro. É uma espécie do ser que está entre o inteligente e o “burro”. É por isso que Portugal, perdida a sua própria identidade – por atravessar uma crise económica – é uma grosseira imitação de país comunitário. Até já há quem com responsabilidades pensa numa Europa Federativa. Alternadeiros! Alguns, também, já escreveram livros… (interrompo. Cavaco vaiado em Goa. Os telejornais estão a abrir e bem.) Como é possível sermos um país capitalista se nos gerimos por uma constituição pró-socialista? Tenho de recuar no tempo para compreender as bocas do coreuta. Quando o povo sobrevivia à base da produtividade rural, os senhores não tinham outro remédio senão roubar-lhe as hortaliças, as cabrinhas e as vaquinhas. Lá de vez em quando entre essas levas do saque lá ia uma boa moça para deleite e prazer de suas senhorias. Vejamos se consigo relatar uma cena provável. Os esbirros do senhor foram colectar impostos (na altura não se dizia assim) na casa do camponês. “Onde escondeste o trigo?” “Já não o tenho, senhor!” “Então levamos-te a vaca!” “Ai de mim, que morrerei de fome!” “Senhor, senhor! O malandro tinha enterrado o trigo. Disse um ajudante do saqueador” “Ai,foi! Então tira-lhe tudo. Vaca, cabras e a filha. E trá-lo acorrentado para as masmorras para vir a ser julgado.” “É para já!” O tempo foi “andando”… os saqueadores já não são os mesmos. Usam outros métodos. Especializaram-se. Entram em casa dos rurais-citadinos com outros modos. Por ordem judicial levam-lhes tudo que valha a pena. A sanha é tanta que nem os penicos escapam. Os prevaricadores acabam na prisão por fuga aos impostos que revertem na maior parte para os senhores e seus lacaios. As filhas, por falta de fundos, acabam a alternar aqui e ali. Eu acho que não me fiz explicar lá muito bem… Os senhores “recolhiam” os impostos para viverem que nem nababos. Nada lhes faltava. Hoje, que finalidade têm os impostos que são assacados? Não sei! Nem tão pouco vou procurar saber. Vou mas é seguir televisivamente a viagem de trabalho do Presidente, que me faz lembrar a dos outros…
manuelmelobento
PS: Esta peça continua, mas vista pelo lado dos rurais que um dia se chatearam e até cortaram cabeças para repor a legalidade revolucionária. Mas isso é outra conversa…
Posted by Picasa

1 Comments:

At 3:22 PM, Blogger Unknown said...

Gostei foi pena acabar antes do tempo.
aires

 

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