Friday, March 02, 2007


CDS-PP DOS AÇORES INSPIRADO PERANTE O BELO PORTAS

Há tempos, elogiei o Prof. Carrilho por ter manipulado o Portugal mediático. A estação oficial de televisão que coopta com o Governo Central as interpretações da novela “Portugal Democratizando” permitiu-se discutir um livro de queixinhas contra incertos durante duas horas. Nem o livro valia tanta saliva nem Carrilho no panorama político nacional português (é um perdedor) vale mais do que digamos: o substantivo carrilho. Duas horas perdidas. E digo perdidas porque o sabido filósofo desapareceu. Resta-nos a sua mulher para nos lembrarmos dele e cujo trabalho em prol da cultura é mais válido e permanente. E - para espanto meu (e de algum nosso) - apresenta-o no canal do milionário Pinto Balsemão: SIC/Notícias. Um verdadeiro canal de serviço público! Bolas! Nunca mais chego a Portas e àquilo que se transformou nos Açores os antigos centristas mesclados hodiernamente de populistas. Bem. Sem capacidade “autonómica” todos os partidos nacionais de índole regional (inventei esta para me divertir) não têm cérebro para poderem orientar destinos. Num dia, estão com o líder nacional português para o que der e vier; juram fidelidade eterna, para no momento seguinte em que ele cai voltarem a jurar a mesma fidelidade já gasta de tanto policopiamento ao senhor que se lhe segue. O CDS-PP está moribundo nos Açores a partir do momento em que instalou a sede na Terceira e nela escolheu o pior dos líderes. A palavra carismática nada se relaciona com Alvarinho Pinheiro. Toda a gente sabe isso, muito principalmente os companheiros/satélites seus correlegionários de São Miguel. De repente, os centristas micaelenses acordaram. Tinham hibernado na frieza dos votos. Convocam uma conferência de imprensa e botam faladura. Foram, certamente inspirados pela estratégia de Paulo Portas difundida perante um país que parou para ouvir a décima parte do que tem para dizer como reformulador de uma oposição descambada para a inoperância. Afinal, também por cá, a oposição oficial (aquela que se alimenta dos trocos que a Região lhe paga e do que em migalhas aceita dos patrões do continente) é estéril. Paulo Portas entendeu - e bem - que era preciso fazer uma oposição a valer para recuperar o terreno liberal conquistado por Sócrates dia após dia. Ribeiro e Castro é um líder de um só hemisfério num partido que se “bicefelou”. Viaja pelo país inteiro menos por onde é preciso: no Parlamento. Nunca conseguiu safar-se da sombra de Portas. Ver Ribeiro actuar obrigava a pensar-se comparativamente Portas. E de comparação em comparação foi-se diluindo. Tal como o arco-íris, só aparecia com o pré-molhado. Nos Açores, o líder eternizou-se no trono. Mexer em Alvarinho era "perigoso". São Miguel espreita a sua reforma que não a sua morte política, pois esta há muito que tomou assento no epitáfio das urnas. Foi gostoso ver o antigo dirigente, Augusto Cymbron - saído das catacumbas do Não - apadrinhar um movimento jovem de “rebeldia” para com a Terceira centrista. Há que anos não se ouvia falar do CDS em São Miguel? Vou ficar por aqui, porque, confesso, não ouvi uma única palavra vinda da mesa dos populistas. Tinha o televisor sem som. Inventei! Que me perdoem os revolucionários.
manuelmelobento

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