Saturday, January 20, 2007






A MENTALIDADE AÇORIANA DE HOJE…


Não é fácil, nos dias de hoje, saber-se onde começa a mentalidade açoriana e até onde ela poderá ir. Alguns (poucos) livros, artigos anémicos de opinião na impressa regional, uma ou outra “conferência de estilo” e estamos amanhados. É o que se pode arranjar, como costuma dizer a boca da gíria. Depois do salto de uma sociedade - onde as velharias dominavam quase tudo - para uma sociedade jovem que não sabe o quer (ou não a deixam saber) atravessamos um período de anestesia generalizada. Caminhamos a passos largos para uma morte do pensamento político. Não que não o tenhamos, não é nada disso. A questão é que o pensamento político tem donos. E esses donos oferecem empregos, mas esses são poucos e a malta tem que se portar bem para neles se manter. Obedecer sempre é a norma. Nada de desvios aos “planos directores” organizados e estipulados nos gabinetes do alto. Quem quiser sobreviver terá de meter no saco as atitudes e as promessas dos períodos eleitorais tão histericamente propagandeados tendo como objectivos a defesa dos interesses das populações. No meio do caminho entre optar por uma mentalidade de estilo irrequieto e um comportamento de diversão apostou-se mais nesta última. Porém, a diversão deve ser uma compensação e não um meio de passar o tempo. Compensação após a realização de algo. É aqui que entram os políticos que dirigem na qualidade de criadores de condições e não de realizações. É que quando estas estão a cargo dos detentores do poder, o Estado fecha-se num círculo e as mudanças que deviam acontecer breves ficam sempre adiadas. Os desafios não acontecem e adiam-se. Como resultado a mentalidade torna-se num produto enlatado colocado na prateleira do progresso. Este, por enquanto, pertence a grupos e forças estranhas que encontram por cá terreno propício para satisfazerem os seus grandes apetites. Uns dirão que se trata da “necessária” globalização outros nem tanto. Resumindo, em vez de sermos os actores dos nossos palcos passamos a espectadores passivos nada participativos. Uma espécie de deixar correr o tempo que o ócio também é gente.
manuelmelobento
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