ESTE ESTADO (PORTUGUÊS) A IR-SE NAS NOSSAS BARBAS
Quando no dia 14 de Julho p.p. a drª. Maria João Avillez examinou o primeiro-ministro na SIC/Notícias, o que mais sobressaiu das palavras deste foi a alegria pelas perspectivas futuras. Como a política é a ciência que serve para tudo, tenhamos em conta que ela até serve de pílula contraceptiva. Como sabemos, as mulheres - mais do que ninguém – quando a utilizam é para tirarem e darem prazer sem que depois tenham de sofrer por isso. O primeiro-ministro é sem dúvida um homem inteligente e bastante saudável. Tem um projecto para Portugal (inteiro) que apesar de o não ter declarado quando andava à cata de votos não deixa de servir o capitalismo europeu que todos os dias nos envolve e que a grande maioria da classe média-média, média e média alta anseia. Para “arrumar” a casa é preciso disciplina e sacrifícios, despedimentos (eles aí estão), cortes drásticos nas despesas e muito mais coisas que o velho ditador Salazar experimentou e que tão bons resultados deu. Recordemos que o povo era miserável, emigrava fugindo a salto para o estrangeiro para ir trabalhar e voltava com os bolsos cheios de divisas para maior conforto de meia dúzia de biltres a quem a Igreja Católica apoiava. O funcionalismo público na altura era muito mal pago. É verdade que tinha regalias aquando da reforma e o trabalho não matava muito. Não havia gordos - nem havia problemas de saúde por causa do colesterol - na Função Pública. Há sempre males que vêm por bem. Havia um Estado forte assente numa Constituição que servia os grandes desígnios nacionais (guerra e colonialismo) e ao mesmo tempo as apetências dos grandes parasitas económicos. O escudo chegou a ser mais forte que o dólar e outras moedas de referência. Pergunta-se para quê se nem dinheiro tínhamos para exagerar na utilização do papel higiénico (Os novos não percebem o que aqui se diz). Bem, vou abreviar porque me perdi. Cortes e ajustamentos na Função Pública podem tornar o Estado português de tal maneira fragilizado que corremos o risco de perder a independência nacional. Imaginemos só o seguinte: se neste momento dois milhões e setecentos mil portugueses não se importavam de se tornarem espanhóis, quando as coisas ficarem muito mais feias o que dirão os restantes sete milhões e trezentos mil nacionais? Eu posso afirmar olhando para as antigas sebentas da História que eles repetirão aquilo que disseram a D. António Prior do Crato que era neto do Rei Dom Manuel I: desaparece! E foi assim que Filipe II de Espanha tomou conta do nosso trono e nos tornámos espanhóis. Não se pode mexer na base do Estado sem se criarem alternativas. É que ser-se economicista no terreno dá origem a ser-se economicista no mundo das referências psicológicas. Foi isto que aconteceu aos portugueses-actuais-aspirantes-espanhóis que o inquérito difundiu. O senhor primeiro-ministro não pode nem deve meter-se em manobras que podem fragmentar o próprio Estado. Não há ninguém em Portugal capaz de o dignificar melhor do que aqueles que fazem o Estado SER: o funcionalismo público. E, digo isto, porque nenhuma outra estrutura interna está vocacionada para a defesa da nacionalidade. E esta, como todos nós muito bem sabemos, já foi muito mal tratada, trocada, diminuída, vilipendiada... por órgãos e instituições de ... elite... e isso não foi há tanto tempo assim...
manuelmelobento
0 Comments:
Post a Comment
<< Home