Sunday, September 10, 2006


GEORGE BUSH
E BIN LADEN

Neste ano de 2006, tanto um como o outro – ou vice-versa – ainda não foram julgados pelos crimes de que são acusados: terrorismo, terrorismo de Estado, invasão e destruição de partes de cidades e dos seus habitantes, crimes de morte física dos adversários apanhados desprevenidos – alguns deles jornalistas – violação dos Direitos Humanos, retenção de suspeitos em locais secretos, morte de inocentes, morte de crianças, morte de mulheres, etc. Como é domingo, é melhor parar por aqui, senão não chego a ouvir as respostas de Marcelo nem vejo a Solange Vieira a dar vida aos mortos, apesar de estes terem sotaque. Fiquei a saber que nem Bush e companhia nem bin Laden e fundamentalistas apresentaram queixa em nenhuma esquadra policial. Daí que se trata de crimes à revelia das entidades competentes. Não respeitaram os procedimentos legais de uma sociedade civilista. Parece-me que a questão é exclusivamente militar. E digo isto porque ambos apresentam-se armados no campo de batalha. Ambos fazem declarações de guerra e sobretudo acusam-se mutuamente. Uma vez que não foram julgados nem condenados presumem-se inocentes. Não me cabe julgá-los pelo que as encenações televisivas propagandeiam. As aparências não fazem o meu gosto. Tanto assim é que eu detesto mulher com silicone. Também não vou com cara de nenhum deles, apesar de bin Laden parecer-se com um Cristo místico quando andava de barbas no deserto a filosofar e ter um ar inteligente de pessoa superior. Nem vou pelos ares de abnóxio iletrado de Bush. Seria cometer uma injustiça ao nível dos dois. Não o faço! Pronto! Tanto um como o outro apelam ao seu Deus para destruir o adversário. Ainda bem que há mais deuses, porque parece que os deuses a quem apelam não são para brincadeiras. Matam que se fartam quando se zangam. Convém, não esquecer que enquanto um dos dois acusados tem tropas que sobrevivem no deserto comendo gafanhotos, tal qual o decapitado e mestre de sobrevivência João Baptista, o outro fornece cachorros quentes, bifes de lombo e coco-cola fresquíssima aos seus soldados. Ambos matam muitos adversários e amigos, mas com uma grande diferença: os bushianos fazem todos os dias a barba enquanto os outros a deixam crescer cumprindo assim os versículos divinos. Enquanto um promete medalhas e condecorações e um lugar no Céu, o outro arranja setenta virgens para consolar os heróis mortos e também um lugar divino. As famílias dos soldados mortos recebem subsídios vitalícios para continuarem as suas vidas. Enquanto os companheiros de um se manifestam nas ruas empunhando fotografias dos guerreiros mártires os do outro vêem o seu nome em lápides de mármore muito pesadas. Enquanto os soldados de um fazem guerra e têm hipóteses de voltar para casa vivos e/ou estropiados, os outros soldados sabem que a guerra tem um só sentido: a morte. É uma grande diferença que convém não esquecer. Quanto ao quantitativo das tropas, a diferença é abismal. Enquanto um tem o número e o nome em ficheiros, o outro encarregou o seu Deus de os inscrever secretamente e sem referências. Enquanto um ocupa um cargo e está sujeito a ser assassinado pelos seus sempre que mexer em interesses dos instalados, o outro manda matar todo aquele ou aqueles que traem os princípios do Estado confessional. Ambos têm em comum o gostarem muito de petróleo. Enquanto um quer comprá-lo para o vender, o outro quer vendê-lo para comprá-lo depois de transformado. Daí não se entenderem no preçário. Depois disto tudo que aqui foi dito, quem vai julgar quem? O mais forte, claro! Neste mundo ninguém está seguro. Saddam Hussein que era Chefe de Estado teve de se esconder num buraco. Foi apanhado e provavelmente será “enforcado”. As freiras são violadas nos conventos pelos “republicanos”; os turistas são assaltados, roubados e algumas vezes mortos; as crianças são raptadas, sequestradas e assassinadas; o Dalai Lama tem de fugir para não ser garrotado; à Marilyn Monroe não deixaram que acordasse; os líderes do Partido de Deus são mortos ao pequeno almoço por obuses aéreos; os passageiros dos combóios espanhóis e ingleses morrem às centenas quando se dirigem para o trabalho; estar numa mesquita, por vezes, dá direito a partir mais cedo; almoçar num restaurante ou se é roubado por clonagem de cartões de crédito ou o bife explode; os Estados ditos civilizados vendem armas a governos genocidas; as “criancinhas” matam travestis nos tempos livres; no Livramento/Ponta Delgada não se pode sair de casa; o Eduardo Prado Coelho continua a escrever; as mulheres já não podem pintar os beiços nos aviões; os foguetes das festas a Nossa Senhora abrem a cabeça a quem os deita para o ar; a família portuguesa-doméstica e cristã é acusada de matar os filhos e as “esposas” com maus tratos; os crocodilos matam os gnus todos os anos; as tropas aliadas do Ocidente especializam-se na destruição de civilizações; as mulheres são vendidas e compradas por redes especializadas; o Papa acredita em Deus e no criacionismo; o Marco Paulo perdeu as eleições da cantoria e ainda dizem que o fim do Mundo está para breve... E pergunto eu: para quê? Só se for para acabar com os inocentes que ainda restam criados à semelhança do Deus Criador.
manuelmelobento
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