PROFESSOR/FLOR
A CÂMARA IMPERFEITA
No deserto imenso em que os comentários televisivos estão - a maré está baixa - os domingos com “As Escolhas de Marcelo” servem para pararmos um pouco para reflectir e pormos em dia as falhas que fomos encontrando durante a semana. Antes de especular e inventar sobre o diálogo Professor/Flor, devo fazer alguns comentários de “ordem técnica”. Para que o Professor brilhe é preciso que as questões levantadas pela jornalista sejam clarificadas pela realização do programa. Ora o que aconteceu foi que o realizador ou alguém por ele esteve a dormir. Por exemplo, quando assistimos ao programa “60 Minutos” damo-nos conta de que a realização é impecável. Tanto entrevistador como entrevistado têm o tratamento devido, e o tempo de antena de cada um é rigorosamente repartido pelo menos quando se expressa . Isto é, são ambos realçados quando intervêm. Hoje, na RTP1, aconteceu bagunça. Quando na maior parte das vezes Flor Pedroso intervinha a câmara fazia uma espécie de zapping e colocava a jornalista fora dos planos daquela. Como é? Trata-se de tempo de antena ao segundo e em cotas? Bom, posta a questão vamos à lição. À primeira rasteira de Flor o Professor não caíu: não estaria ligado o alegado plano com explosivos a bordo com a guerra de Israel? O Professor pensa que não. Temos que conviver com o terrorismo. A geração dos nossos filhos também. Eu penso ( posso?) que este terrorismo nada tem a ver com o terrorismo celular incontrolável e individualista. Estou a pensar nos Baader Meinhof, Brigadas Vermelhas, etc. Os actos de guerra pouco ortodoxos e criminosos de alguns países islâmicos fazem-me lembrar outros do tipo ocidental que ainda estão na retina daqueles que os observaram nos cinemas de “reprise” de ainda há poucos anos. Este tipo de crime tem chefes assumidos. Quando os EUA quiseram acabar com a guerra no Pacífico enviaram o “Enola Gay” para Hiroxima e foi o que se viu. Contra potências nucleares como a América e o Reino Unido que têm feito aquilo que nós todos vemos diariamente nos ecrãs das televisões contra o Islão, o que é que se esperava? Que eles atirassem uma tantas bombas atómicas para acordarem de manhã bem cedo ingleses e americanos? Não possuindo material nuclear, substituíram-no por tropas especiais: os Mártires de Alá. Existem Estados que os apoiam. Assim sendo são Estados terroristas. E a guerra passará a ser entre Estados islâmicos e não entre “militares religiosos” e Estados ocidentais. Alguns Estados ocidentais têm procedido como se o terror fizesse parte das suas Forças Armadas. Não estou a inventar. Neste caso não é preciso. Bastará ouvir Kofi Anan e apreciar as lágrimas de impotência do primeiro-ministro do Líbano perante o assassínio em massa de crianças, para além de assistir aos telejornais portugueses e estrangeiros para melhor nos inteirarmos das questões que colocam em risco a vida no planeta. Da maneira como as coisas estão a parecerem-se com o início da II Guerra, estamos aqui estamos todos envolvidos. Coisa chata porque já não posso gozar a minha reforma em paz. Se o Hezbollah não quer ser desarmado como poderá acabar a guerra. Se Israel não quer ser desarmado como poderá aquela ter fim. Esta questão por mim colocada só podia ser de um imbecil. Claro! Se entre 1947 e 1948 Israel destruiu 250 cidades palestinianas e correu com a sua população civil com muitas mortes à mistura, quem é que se pode fiar nestes tempos que correm em tais pacificadores? O Professor disse que o povo português não era tolo. Claro! O Professor ensina-o nas entrelinhas... Bem, quem quiser ter a certeza do que disse o Professor e o que perguntou Flor Pedroso que leia o DN (passe a publicidade). Vamos à questão (para mim) importante que Flor colocou ao Professor: proposta de queixa de Jaime Ramos, Presidente do Parlamento Madeirense, à ONU ameaçando/visando legalizar a independência do arquipélago por causa do atrofiamento económico que o governo de Sócrates prepara com uma lata de todo o tamanho aos ilhéus. O Professor deu a razão como princípio aos madeirenses. Estão em causa 128.000.000 de euros. A Administração Pública é pesadíssima. É uma máquina terrível! Mas não é ela parte integrante do Estado português? Trata-se, pois, de o Estado Português estar a fazer queixa de si próprio. Quem é que se atreve a não gostar de Portugal? Só quem não nos conhece!
manuelmelobento
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