Saturday, June 17, 2006

RICARDO SILVA

O acordar da Ribeira Grande...
(Desabafo incipiente)

"triângulo das três cidades micaelenses"

Ricardo Silva, um político nervoso da nova geração, deu início (ainda a nível da diplomacia verbal) a um movimento de chamada de atenção e de consciencialização para a realidade que é a Capital do Norte. Potencialmente uma das zonas mais produtivas da Região, ela depara-se, hoje, com a sangria dos seus recursos que se escoam para outras bandas. Que fazer para sair deste ostracismo a que foi votada? É facto, que a actuação a nível da reparação de injustiças sociais no que diz respeito à exclusão de parte significativa da sua população, requere do novo responsável pelos destinos do concelho muita atenção, o que poderá desviar o concelho dos objectivos que o desenvolvimento económico exige. Com um sector primário florescente apoiado por infraestruturas que agora se vão desenhando; com um sector secundário há muito estabelecido e com uma já admirável prestação de serviços era de crer que se posicionasse ao nível da Lagoa e se aproximasse de Ponta Delgada agora transformada em recreio para turístas de terceira idade e de dormitório tipo Brandoa/Amadora. Cabe à Ribeira Grande uma melhor distribuição das actividades do supra citado "triângulo". O plano para Ponta Delgada tenderá a esgotar-se. E uma vez esta satisfeita, se a Ribeira Grande não estiver atenta, Lagoa e Vila Franca não perdoarão qualquer descuido. Trabalhei na cidade da Ribeira Grande durante sete anos. A ideia que fiquei aproxima-se do de uma zona de passagem (apesar de ser agradável de se estar e viver nela). Ir à Ribeira Grande e voltar... O mar e as praias a baterem-lhe e praticamente ninguém lhes ligava. Antigamente o que a malta queria era ir para a Ribeira Grande. Canarinhos, enchidos dos da melhor qualidade, o "Licor do Ezequiel", etc., faziam-nos estar sempre prontos para o passeio da ordem. A produção agrícola vendida ainda artesanalmente à gente da "cidade" faziam-nos sempre pensar em algo distante. Hoje, estamos a quinze minutos de distância. É menos tempo do que levo se me quiser deslocar de carro dentro de Ponta Delgada, isto se não for em hora de ponta. É pena! É que se a Ribeira Grande der o salto que merece nós por cá melhoramos ainda mais o nível de vida. Já nos falta o ar por cá. Nunca houve bairrismos entre nós, daí que se justificava uma maior aproximação. Estou pensando em termos económicos, claro. Já que Ponta Delgada não arranca com o casino, ao menos que este se localize na Capital do Norte. Já houve um nas Furnas! Que ainda é mais longe. De quê? De Ponta Delgada... ora bolas para a "Brandoa/Amadora" das ilhas.
Manuel Melo Bento
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