A POLÍCIA DITA, A COMUNICAÇÃO SOCIAL TOMA NOTA
O senhor Santos (Neto) esvreveu, na Revista "História", nº. 33 de 1981, que durante a ditadura de Salazar, que durara quarenta anos, Portugal era o país mais atrasado da Europa Ocidental. Depois do "25 de Abril", já se passaram trinta e dois anos e Portugal continua na mesma posição. Penso que tudo se deve à nossa mentalidade. Não queremos evoluir. Não queremos enterrar o passado e vivermos acompanhando as exigências do mundo moderno. Parámos no tempo. Transpusemos para a democracia a nossa tacanhez e o nosso modo de ver o mundo. Nada evoluiu como se esperava. O passo é muito lento e reaccionário. Hoje, não vou escrever sobre professores, empresários, políticos, fundamentalistas, etc. Hoje, vou debruçar-me levemente sobre o modo como a comunicação social, nos Açores, lida com a investigação criminal a cargo da Polícia Judiciária e da Polícia de Segurança Pública. Jornalismo de investigação não temos. Nem os donos da comunicação social sabem o que isso é. Ou, pior ainda, não querem saber. Tudo se resume ao que aquelas polícias colocam cá fora. Se é verdade ou mentira não sabemos. Tudo é filtrado e difundido como se de um ditado se tratasse. Os jornalistas/escribas, em letra primorosa, transmitem os grandes momentos e os grandes êxitos daquelas duas instituições. Que as polícias utilizem os seus Relações Públicas para darem de si a melhor imagem, isso até é desculpável. Só se fossem tolos é que o não fariam. Ninguém os pressiona. Ninguém põe em causa o seu trabalho. Como poderiam fazê-lo se elas não têm acompanhamento no terreno? Se elas não ficam confrontadas com um jornalismo atrevido, como poderemos ajuizar da sua eficiência? Quem as valoriza são elas mesmas. São os juízes de si próprias. É preciso "entrar" nos meandros do crime para transcrever para o público aquilo que será necessariamente uma leitura diferente. Os estados de alma já não convencem ninguém. Os jornalistas têm de ser mais ousados. Temos obrigação de contribuir para o desenvolvimento da opinião pública. Isso só se faz com jornalistas a sério. E eles são, agora mais do que nunca, necessários.
O senhor Santos (Neto) esvreveu, na Revista "História", nº. 33 de 1981, que durante a ditadura de Salazar, que durara quarenta anos, Portugal era o país mais atrasado da Europa Ocidental. Depois do "25 de Abril", já se passaram trinta e dois anos e Portugal continua na mesma posição. Penso que tudo se deve à nossa mentalidade. Não queremos evoluir. Não queremos enterrar o passado e vivermos acompanhando as exigências do mundo moderno. Parámos no tempo. Transpusemos para a democracia a nossa tacanhez e o nosso modo de ver o mundo. Nada evoluiu como se esperava. O passo é muito lento e reaccionário. Hoje, não vou escrever sobre professores, empresários, políticos, fundamentalistas, etc. Hoje, vou debruçar-me levemente sobre o modo como a comunicação social, nos Açores, lida com a investigação criminal a cargo da Polícia Judiciária e da Polícia de Segurança Pública. Jornalismo de investigação não temos. Nem os donos da comunicação social sabem o que isso é. Ou, pior ainda, não querem saber. Tudo se resume ao que aquelas polícias colocam cá fora. Se é verdade ou mentira não sabemos. Tudo é filtrado e difundido como se de um ditado se tratasse. Os jornalistas/escribas, em letra primorosa, transmitem os grandes momentos e os grandes êxitos daquelas duas instituições. Que as polícias utilizem os seus Relações Públicas para darem de si a melhor imagem, isso até é desculpável. Só se fossem tolos é que o não fariam. Ninguém os pressiona. Ninguém põe em causa o seu trabalho. Como poderiam fazê-lo se elas não têm acompanhamento no terreno? Se elas não ficam confrontadas com um jornalismo atrevido, como poderemos ajuizar da sua eficiência? Quem as valoriza são elas mesmas. São os juízes de si próprias. É preciso "entrar" nos meandros do crime para transcrever para o público aquilo que será necessariamente uma leitura diferente. Os estados de alma já não convencem ninguém. Os jornalistas têm de ser mais ousados. Temos obrigação de contribuir para o desenvolvimento da opinião pública. Isso só se faz com jornalistas a sério. E eles são, agora mais do que nunca, necessários.
CP-2754
Manuel Melo Bento
Manuel Melo Bento
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