TANQUES DE PONTA DELGADA

O tanque da Praça da República sempre me fez espécie. Que razões levaram as autoridades camarárias a permitir que se construísse uma pia de água benta em frente ao Arcanjo São Miguel? Devoção? Fruto do piíssimo arcaico de um eleito?
Ó tanques de Ponta Delgada!
Ó arrozais da China!
Ó óleos de Santa Clara!
Peço desculpa! Estou influenciado pela intervenção do Vate Mesquita nos salões dourados de Angra.
Voltemos a pôr os pés no chão e continuemos. Sem ninguém desconfiar, enchi um frasco do líquido - suposta água - que está contido no tanque situado em frente à Agência do Banco de Portugal. Depois, pedi a um médico que me indicasse um laboratório de análises clínicas. O que ele fez prescrevendo uma receita julgando que era para analisar a minha urina. Quatro dias depois fui levantar o resultado das análises. Bem, parece anedota mas o laboratório julgava mesmo que se tratava de líquido humano. Só que muito aguado. Eu estaria com óptimos rins. Você está óptimo! Que idade é que tem?, quis saber a analista que pediu para me falar. Acedi para ver até onde ia a brincadeira. Segundo ela, e eu acreditei, queria a minha receita de vida para a aplicar a ela. Muita água, muita água. Uma boa charutada. Uísque bebido só, sem gelo e sem água. Esta só muito depois é que deve ser bebida e em quantidade. Ah, doutora, não esquecer freudar muito. À tarde e à noite. De manhã, nunca! Que é para dar descanso aos rins. Voltemos ao tanque. Aquilo é um disparate! Há três ou quatro mil anos a.C. havia quem construísse pirâmides. Não estou a referir-me às do Egipto. Às dos Íncas, meus senhores! Seria que aquele tanque iria servir para lavar os gueixos do Espírito Santo. Se é isso, já me calo! Agora, com as medidas higiénicas ordenadas pela UE , já não tem utilidade sacrossanta. quando muito para se mijar nele. O que não é difícil, uma vez que a polícia para guardar os velhos cofres mudou-se para a Rua do Alcides.
Foi, repórter na rua.
mmb