Friday, July 14, 2006


INTRAMUROS

Voltemos novamente ao resultado da sondagem TVNET. Berta Cabral, desde que foi apontada por algumas personalidades - órfãos da e na social-democracia - para liderar o PSD/A, nunca se posicionou nem se dispôs publica e favoravelmente a aceitar o desafio. Nunca o declarou explicitamente. Tem um projecto político que foi aceite e sufragado pelo voto popular adentro do poder local. No PSD/A nada se lhe pode apontar. Correcta e rigorosa nunca entrou em combate de galos. Sabendo-se desejada e credibilizada por grande maioria do eleitorado nunca procurou utilizar essa força para fazer manipulação ou sombra a possíveis líderes do seu partido. Todos obtiveram carta branca mais ou menos abertamente quando se discutia e votavam candidatos à chefia e/ou gerência na oposição. Ninguém perceberia que aceitasse chefiar o PSD/A sendo ao mesmo tempo Presidente do maior município da Região. Teria sido o seu maior erro, atendendo ao “timing”. Não o cometeu! Se a sondagem apenas se desse ao trabalho de se limitar a Costa Neves e a Natalino Viveiros, os socialistas dormiriam descansados nos próximos séculos. Porém, os promotores da sondagem sabiam que era escusado fazê-la sem colocar a drª. Berta na discussão. As sondagens longe dos actos eleitorais servem para corrigir desvios de quem está no poder e também para que a oposição se digne elaborar estratégias de sobrevivência. O PSD/A não tem aliados em parte nenhuma, a não ser na Madeira. Alberto João tem os problemas da região para se entreter e não vai gastar trunfos seus com os Açores. Aliás não serviam de nada. O Presidente da República além de não ser muito afeito aos Açores, arrumou o cartão de militante social-democrata no baú das recordações. O PSD/A só se tem a si e aos dois deputados seus representantes na Assembleia da República. É muito pouco! Esta é a questão. Agonizar é o que se segue. César não é um benemérito ao ponto de arrumar as botas para dar lugar aos que estão no banco de suplentes e assim salvar o adversário. À onda rosa, seguem-se outras, como rezam as bocas dos marítimos. No caso dos socialistas na falta de mar há ar e ar. E a voar também se chega a todas as ilhas. Depois de ligarem as ilhas pelo ar - parece que vão seguir os conselhos de Nuno Barata - tudo lhes vai cair no papo. Das derrotas azul-napoleónicas no mar, encontram no ar branco e cinzento o Gago Coutinho das travessias e que era almirante do mar... O povo até acabou por gostar e acabará por ... perdoar. O quadro está negro para a oposição. E agora? Estará Berta Cabral predisposta a sacrificar o seu capital político numa luta que se prevê inglória de início para num possível milagre arrebatar o poder posteriormente? César lentamente deixou ficar no executivo os que têm nota positiva e foi substituindo sem percalços os marretas por duas ou três jovens esperanças. A coisa está feia. É que eles trabalham para o bem (nas urnas) do “socialismo rosa”. E a “social-democracia laranja”, não estará ela ainda a lidar com os fósseis que ainda se deslocam em canadianas onde se amparam para não comerem nem deixarem comer? Muitos trabalhos terá Berta Cabral pela frente... (Se...)
manuelmelobento
(Foto de Eduardo Resendes in A.O.)
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