ENTREVISTA COM João URBANO Melo Resendes, PINTOR AÇORIANO.
Desta vez não ficámos enclausurados numa das salas do Museu Carlos Machado. Sentámo-nos num banco do jardim da velha casa. Mal tinha puxado pelo meu caderno para começar a fazer quatro perguntas, eis que levo delicadamente com um livro de Théodoro Duret, olhos adentro: “ A Viagem de Manet a Paris”. (Estou lixado, pensei. Não é para hoje a entrevista. Da outra vez não consegui encetar uma única pergunta, pois Urbano palavreou durante noventa minutos, como fiz questão em queixar-me numa crónica que elaborei em www.azorespublicum.blogspot.com, passe a publicidade. O que me espera mais ainda hoje? Já passava das 15 horas e eu ainda nem tinha tomado o pequeno-almoço.) “Vá lendo a parte que se passa no restaurante do Hotel de Paris, que eu vou ali e já venho.” Eu só gosto de ler à noite e na cama. Comecei a ter fome. E que fome depois do esfaimado Manet ter comido tudo o que Duret mandava para trás sem tocar sequer na comida. Por que come o que recuso, está a gozar-me? Questionava Duret. É que cheguei agora mesmo de Portugal... Chegou Urbano! Bem, vamos às perguntas, senão não ceio!
- azorpress:
O porquê de uma exposição colectiva no Museu Carlos Machado, quando já tem nome consagrado?
- URBANO:
As minhas três primeiras exposições individuais, em 1983/84/85, foram no Museu Carlos Machado. Vinte e um anos depois, receber um convite para lá expor colectivamente, além de irrecusável é um prazer.
-azorpress:
Até onde irá a sua pintura?
- URBANO
Espere e verá!
- azorpress:
-Tem por cá pintores amigos?
URBANO:
Embora resida em Lisboa, onde passo a maior parte do tempo, mantenho cá bons amigos dentro e fora das artes.
azorpress:
Será que a pintura deve ser socialmente comprometida?
URBANO:
A pintura deve ser universal e intemporal.
azorpress:
Quer deixar alguma mensagem aos pintores açorianos?
URBANO:
Façam favor de pintar.
(Texto e foto: manuelmelobento)
0 Comments:
Post a Comment
<< Home