Saturday, June 09, 2007




DAS DUAS UMA

Das duas uma: ou Carlos Vale César estaria informado acerca da nova “posição” de Carlos Costa Neves face ao quarto órgão de soberania português ou teria sido apanhado de surpresa. Onde há político há arguido (potencialmente, claro) digo eu. Hoje, em Portugal a moda é ser-se arguido. Vamos, então a isso! Mesmo estando inocente, mesmo que alguns crónico-jurídicos se fartem de propalar aos quatro ventos que ser-se arguido é como ter a camisa suja de pingos de vinhaça; lava-se e pronto, não é nada disso! Com a nossa mentalidade de baixo-meridionais, não é difícil entender porque as pessoas serão sempre lembradas pelo que fizeram ou pelo que nada fizeram de mal feito. Fulano o tal que… fulana a tal que… É escusado estarmos a lavar lençóis rotos que eles continuarão com buracos. O detergente não cose buraco. Informado - muito antecipadamente - o líder socialista açoriano do novo estatuto de Costa Neves perante a Justiça, ei-lo no terreno à busca do eleitorado FLA/PPD. Não é eleitorado que se despreze. Este eleitorado representa milhares e milhares de votos nas urnas… Não é coisa secreta a repescagem que César fez à direita e à esquerda açoriana (mais à direita). Caíram muitos no charme político de CC. Depois, como quem não quer a coisa, o nosso Presidente estende o tapete vermelho felpudo aos antigos separatistas, nacionalistas e autonomistas exacerbados e/ou amansados para eles se sentirem em casa. E, estes, de mansinho, vão se aproximando da manjedoura putativa. Dá para todos! Este avanço público e notório (a nova abertura política da RTP/Açores é prova disso) está à vista de todo o mundo. Mas para que precisa Carlos César dessa gente? A ideia é a tentativa de forçar o PPD/PSD a mudar de líder enfraquecendo este partido regional ainda mais. Fragilizado já está. O que é preciso é torná-lo moribundo. Nesta situação só resta ao PSD/Açores apelar de joelhos a Berta Cabral para que esta salve o que resta da farrapada em que os social-democratas se meteram. E não pode demorar muito, senão é a liofilização tumular. Esta é a perspectiva cesariana. Olhe-se o exemplo dos franceses, dos ingleses e dos alemães na Baviera… Suponhamos a outro lado da história. César é apanhado desprevenido. Costa Neves diz adeus à liderança abrindo caminho a Berta Cabral. Lá se foram os planos de César ao ar. Sair dos Açores à procura de outros voos: a Presidência da Assembleia da República, por exemplo. O sucessor de César bateria Costa Neves nas urnas e asseguraria a continuação do poder socialista. Era canja! Com Costa Neves fora da corrida e estando Berta Cabral posicionada para a luta, lá terá César que adiar os sonhos de político que ele mais do que ninguém merece. E, César imitaria a contragosto a eternização dos banquetes de Jardim na Quinta da Vigia e Mota Amaral em Santana.
PS:
E, volta a ter a última palavra Berta Cabral. Sem ela estará na forja o tal partido único. Safa! A democracia açoriana está cada vez mais cezalarista.
manuelmelobento

1 Comments:

At 3:39 PM, Blogger jacobino said...

o ps já devia saber a esta hora que já não pode contar com César. este quer cada vez mais sair; se ainda ficar mais um mandato é porque os acólitos lhe pedem: sabem que é uma questão de tempo até berta cabral chegar a santana, e estão com medo. o único a ter cadeira quando a música parar é césar, porque os outros sabem que não vai haver lisboa para esta gente toda e os empréstimos são para se pagar.

 

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