Friday, May 18, 2007




A SUCESSÃO DE CÉSAR

O Governo Regional tem dado uma imagem de unidade, coerência e trabalho. Algum foco de disfunção aqui e ali prontamente tratado pela omissão da paupérrima, obediente e comilona comunicação social regional e, como é óbvio, de alguma estratégia política, fruto de quem tem traquejo nestas andanças. Refiro-me a César, o timoneiro. Cuidado! Não estou a fazer conotações. Se, de repente, César se pusesse a mexer daqui para fora (para descansar) quem iria substituí-lo? Sabe-se que a sombra de Berta Cabral tem tirado o sono aos socialistas. E no seu permanente estado de vigilia, os situacionistas têm-se revezado a tentar denegrir a imagem da mais influente figura política social-democrata. Com resultados negativos, convém salientar. Sem dizer que sim ou que não, Berta Cabral coloca os socialistas em estado permanente de alerta. É certo que é cedo para tomar qualquer iniciativa. E até seria um erro enorme desvendar o tabu social-democrata. É preciso fazer perder energias aos que estão “trabalhando” na sucessão de César. César sabe que tem de prolongar os mandatos à imagem de Jardim a fim de o poder não mudar de mãos. O actual ritmo do chefe do executivo açoriano pronunciou, nos últimos dias, um retomar de comportamento que sempre o tinha caracterizado. É que César já estava numa de deixar crescer um sucessor na maior das calmas e apenas se dedicava a uma espécie de figura representativa. Um certo cansaço é natural e também é natural que queira abrandar para descansar. É um direito seu. Porém, com o desgaste do PS no continente e com a grande banhada do mesmo na Madeira, o líder açoriano tem de estar na primeira linha para (re)creditar aquilo que parece estar a resvalar. E os sucessores? Bem, voltemos à primeira forma. O mais resguardado é José Contente. A sua cotação que se manteve inalterável estes anos todos – apesar dos ataques efémeros com que foi cadenciosamente brindado - indica-o como aquele que reúne melhores condições para liderar os futuros combates. Não utiliza o charme mas opta pelo rigor. Foi pessoalmente uma boa aposta. Álamo de Menezes, por exemplo, a quem não falta charme perdeu força, talvez por isso mesmo. No palco do poder muitos estão nos bicos dos pés. Uns são novos demais, outros, os pelouros reduziram-lhes os anseios. As escolhas de políticos no futuro vão alterar-se com o novo “movimento autárquico”. O exemplo veio de Lisboa… Vai ter de se apostar em personalidades fortes nessa área porque os deputados e os ministros já não são o que eram e já valem menos. A política do sorriso e das vãs promessas já foi. Valha-nos isso, por enquanto. Tem a palavra o eleitor! Terá?
manuelmelobento

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