A RGA NA ASSEMBLEIA DOS SOPROS
A Assembleia da República pareceu-me, de repente, uma Reunião Geral de Alunos do meu tempo. Alguns dos mais atrevidos oradores do período pós revolucionário ainda lá estão. Se já lá não estão, os que lá discursam imitam-nos muito bem. Falta um Eduardo Prado Coelho ex-PCP que quando abria a boca o mínimo que lhe chamavam era de suíno tangencialmente reptilizado para baixo, isto é, minhoca. O homem até conseguia irritar os eunucos que por lá se arrastavam. A malta chegava até a gritar para que se calasse tal era o teor dos seus argumentos. Depois, um tal de António Reis, socialista confesso filósofo de empregos bem estabelecido no actual mundo dos tachos também botava faladura. E só se calou quando foi arregimentado por Mário Soares. Um tal Sottomayor Cardia também molhava as diatribes nas RGAs ao ponto de um dia ter chegado a ministro da Educação. Depois, parece-me que pegou de cabeça chegando a convocar “alguns órgãos de comunicação social” para declarar - numa vozinha aulica - que se candidatava a Belém. O Martins de Coimbra ainda anda por São Bento tentando falar contra o almirante Américo de Deus Rodrigues Tomáz - já falecido e -,que não lhe permitira discursar. Alguns o tempo se encarregou de lhes atribuir o verdadeiro lugar como pensadores. Melhor dizendo, o ar em movimento os levou para parte incerta. Eu pertencia a grupos de anarcas – que são em política os melhores do mundo – que perdiam a moca a rir enquanto não estavam entretidos a desencaminhar as mais apetitosas futuras professoras de Línguas e Literaturas Modernas. Várias reuniões foram interrompidas por “falta de respeito” pois alguns sacanas já se estavam a preparar para tomar conta do país, o que conseguiram. Também, não era muito difícil. É ver-se o que por aí anda de “figuras públicas” que do público erário se tornaram gente. E que gente! Ora a casa dos sopros parece-me, hoje, ser uma imagem dessas reuniões em alguns momentos. Afonso Costa, o verrinoso, teria aprendido imenso com aqueles que se dispuseram atacar a ministra da Educação, que neste momento deve estar a socorrer-se dos serviços do Ministério da Saúde. Aquilo não se faz. Que falta de respeito! À ministra até lhe chamaram de ignorante. À pobre imputaram os erros nos exames de Física e de Química. Ela até é de Humanísticas! A ministra quis fazer como aquela empregada doméstica a quem pediram para tirar o pó de pinturas antigas. A desgraçada molhou o pano do pó em creolina e esfregou os quadros a óleo da patroa. Lá se foram um Amadeo, um Almada e quatro Carlos Botelho. Foi despedida com justa causa. Pudera!
manuelmelobento
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